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Inter entra no mercado de pagamentos com compra de 45% de empresa de maquininhas do BMG

Aquisição de parte da Granito foi fechada por R$ 90 milhões; foco do banco será o atendimento a pequenas e médias empresas

18 nov 2020 - 09h10
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O Inter deu o passo que faltava para entrar no disputado mercado de pagamentos, ao anunciar na terça-feira, 18, a compra de 45% da Granito, empresa de maquininhas de outro banco mineiro, o BMG, que seguirá como um dos controladores, também com 45% de participação. Os 10% restantes ficam com os fundadores da companhia.

A transação foi fechada no valor de R$ 90 milhões, recurso que sai da captação feita em setembro pelo Inter, que atraiu R$ 1,2 bilhão. Na época, o presidente do banco, João Vitor Menin, afirmou que metade do montante captado seria destinado a aquisições. Uma segunda compra é esperada para as próximas semanas, de uma empresa que, segundo Menin, tem atuação forte em mídias sociais.

Com a compra da granito, o Inter quer resolver dois problemas. Um deles é o de fornecer uma solução de pagamentos para os cerca de 600 mil clientes pessoa jurídica do banco, o que incluiria não apenas fornecer uma maquininha, mas também atuar em outras frentes, como a geração de links para compras pela internet ou oferecer antecipação de recebíveis.

"Temos uma demanda absurda de pedidos. São clientes que gostam dos nossos serviços bancários, mas nos falavam que faltava o Inter ter a maquininha, por exemplo", disse Menin ao Estadão/Broadcast. Ele também citou o plano de oferecer soluções de gestão do negócio e ressaltou que o foco do Inter será em pequenas e médias empresas, que são o perfil dos clientes pessoa jurídica do banco. "Nosso cliente não é a grande empresa, é o cara que tem padaria, uma lanchonete, uma manicure", citou.

O outro problema a ser resolvido é permitir que não correntistas possam fazer compras no shopping que o banco tem no aplicativo. Até então, os pagamentos só poderiam ser feito por débito em conta ou pelos cartões emitidos pelo banco. Agora, o Inter poderá ampliar as possibilidades de pagamento, permitindo que correntistas de outros bancos ou clientes de outros cartões possam comprar no aplicativo do Inter. Dessa forma, o banco espera também atrair novos correntistas.

Ao entrar no mercado de pagamentos, o Inter está mais focado em oferecer uma solução completa para os clientes, fortalecendo o relacionamento, do que tentar bater de frente com as principais marcas, como Cielo, Rede, Getnet, Stone e PagSeguro. "Nosso número de clientes pessoa jurídica cresce exponencialmente, mas não é bem atendido no mercado de adquirência (de meios de pagamento)", afirmou Menin.

Segundo o executivo, a empresa comprada será rebatizada, mas o novo nome ainda não foi definido. A conclusão da transação ainda depende da aprovação do Banco Central (BC), mas Menin acredita que a bênção não deve demorar, se considerar que se trata de transação envolvendo três companhias já reguladas pela autoridade monetária. Até lá, o Inter já destacou um grupo para trabalhar em questões como marca, produtos e estratégia.

A Granito foi fundada há quatro anos e tem 27 mil clientes. Nos últimos 12 meses, registrou R$ 1,3 bilhão em transações. "Queríamos uma empresa tecnologicamente avançada. Vimos que havia ali um ativo evoluído e moderno, mas escondido e sem os números das grandes adquirentes" explicou Menin.

Estadão
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