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Indústria paralisa produção e dá férias coletivas em meio a enchentes no Rio Grande do Sul

Setor também procurou o governo por medidas emergenciais, como a redução de jornada de trabalho e salários; ministério avalia propostas

7 mai 2024 - 20h30
(atualizado em 8/5/2024 às 12h29)
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Vista de Canoas, no Rio Grande do Sul, com as ruas tomadas pelas águas. Registro de segunda-feira, 6
Vista de Canoas, no Rio Grande do Sul, com as ruas tomadas pelas águas. Registro de segunda-feira, 6
Foto: Reprodução/REUTERS/Amanda Perobelli

A tragédia climática no Rio Grande do Sul provocou a paralisação de fábricas de diversos setores, de produtos químicos a utensílios domésticos. Dada a impossibilidade de os funcionários comparecerem com segurança ao local de trabalho, as empresas desligaram as máquinas e concederam férias coletivas ou deram folga aos empregados.

O setor também procurou o governo por medidas emergenciais, como a redução de jornada de trabalho e salários, uma solução contra demissões que já tinha sido adotada na pandemia.

Na segunda-feira, 6, a Tramontina concedeu férias a aproximadamente 4 mil funcionários dos setores produtivos de duas fábricas em Carlos Barbosa, município a 200 quilômetros de Porto Alegre, onde a empresa tem uma gama diversificada de produção, desde facas a cooktops, coifas, fornos e lava-louças.

A previsão de retorno é na quinta-feira da semana que vem (16 de maio). Segundo a Tramontina, funcionários de setores administrativos e comerciais seguem trabalhando com equipes reduzidas e, para os que não conseguem chegar ao escritório, em home office.

A empresa também vai dar férias para alguns setores, ainda em definição, nas fábricas que produzem, também em Carlos Barbosa, ferramentas, utensílios e equipamentos para jardinagem, agricultura e construção civil, além de materiais elétricos. Nesse caso, serão priorizados os funcionários que moram longe do local de trabalho.

A fábrica da General Motors (GM) que produz o Onix, um dos carros mais vendidos do País, tinha o retorno marcado para a quarta-feira, 8, de um recesso programado de seis dias. Porém, seguirá sem produção até pelo menos a sexta-feira, 10.

Em razão dos alagamentos e deslizamentos provocados pelas chuvas, a montadora decidiu conceder dias de folga (days off) aos trabalhadores da fábrica de Gravataí. Além de doações em dinheiro, alimentos e roupas, a GM diz que emprestou veículos para operações de resgate.

A John Deere suspendeu na quinta-feira, 2, as operações nas fábricas de Montenegro, de onde saem tratores agrícolas, Porto Alegre (equipamentos de construção) e Canoas (pulverizadores agrícolas). No polo petroquímico de Triunfo, a Braskem também parou as unidades produtivas como medida preventiva adotada na noite de sexta-feira, 3.

Técnicos realizam desde sábado, 4, a supervisão e o acompanhamento das principais estruturas do complexo de Triunfo, onde o acesso é limitado, mas sem pontos de alagamento. O trabalho é feito em revezamento de equipes por meio de transporte aéreo e terrestre nas poucas regiões que permitem o trânsito seguro. O retorno da produção se dará quando forem restabelecidas as condições seguras.

"Nosso foco agora está concentrado no apoio aos nossos integrantes impactados pelos eventos recentes, na reestruturação de nossa força de trabalho, no desafio das vias de acesso para restabelecimento do transporte de integrantes e fornecimento de insumos, bem como na organização de doações para a sociedade gaúcha", informa a Braskem em nota.

A Gerdau parou as atividades em Charqueadas (aços especiais) e Sapucaia do Sul (aços longos). A siderúrgica ressalta, porém, que a paralisação não afetará as entregas aos clientes, e que nenhuma das unidades sofreu danos pelos temporais. "A decisão foi estabelecida visando a segurança das pessoas e para que os colaboradores e colaboradoras possam estar próximos a suas famílias neste momento desafiador para o povo gaúcho."

Já na fabricante de carrocerias de ônibus Marcopolo, as operações em Caxias do Sul foram retomadas na segunda-feira, 6, com as áreas administrativas ainda trabalhando remotamente. Foram liberados, porém, os trabalhadores que moram em áreas onde o deslocamento está impossibilitado pelas chuvas.

Na terça-feira, 7, atendendo a pedidos dos empresários, o Ministério do Trabalho e Emprego anunciou que os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pelos empregadores gaúchos serão suspensos durante quatro meses. Também será liberado aos trabalhadores atingidos pelo desastre ambiental o saque emergencial do FGTS.

Na segunda-feira, 6, em audiência por vídeo, representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) também reivindicaram ao ministro uma reedição do programa emergencial contra demissões. Adotado na pandemia, o programa prevê apoio financeiro do governo aos empregados que tiverem contratos suspensos ou salários reduzidos e a diminuição temporária da jornada de trabalho. Marinho prometeu avaliar.

Estadão
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