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Ibovespa fecha em queda de mais de 2% com apreensão eleitoral

11 set 2018 - 17h49
(atualizado às 18h07)
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O Ibovespa fechou em queda de mais de 2 por cento nesta terça-feira, abaixo dos 75 mil pontos, afetado por apreensões ligadas ao cenário eleitoral no país, com as ações de bancos e da Petrobras entre as maiores pressões negativas e dados mostrando nova saída de estrangeiros no mês.

Homem passa por gráfico de cotações na Bovespa
24/08/2015
REUTERS/Paulo Whitaker
Homem passa por gráfico de cotações na Bovespa 24/08/2015 REUTERS/Paulo Whitaker
Foto: Reuters

O principal índice de ações da B3 caiu 2,33 por cento, a 74.656,51 pontos. O giro financeiro somou 9,2 bilhões de reais.

O tom negativo foi ditado por pesquisa Datafolha, na véspera, que mostrou o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, com folga na liderança e quatro candidatos embolados na disputa pelo segundo lugar - Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin e Fernando Haddad (PT).

Mas o levantamento também apontou que Bolsonaro continua tendo a maior rejeição entre os candidatos.

Para o gestor Joaquim Kokudai, sócio na JPP Capital, a queda das ações reflete o temor no mercado quanto à possibilidade de um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad ou Ciro, com chance de o candidato do PSL perder em razão da elevada rejeição.

"O mercado teme um candidato com perfil mais à esquerda, que adote políticas com menor rigor na área fiscal", disse.

Para um gestor de outra administradora de recursos, no Rio de Janeiro, a pesquisa mostra "fotografia" de indefinição quanto ao segundo lugar nas pesquisas, mas sugere que Haddad continua mostrando a melhor capacidade de angariar apoio na reta final.

O ex-prefeito de São Paulo foi aprovado por aclamação nesta terça-feira, em reunião da Executiva do PT, como candidato à Presidência da República pelo partido em substituição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, impedido de concorrer por ter sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

Em relatório a clientes, os economistas Tony Volpon e Fabio Ramos, do banco UBS, avaliam que o pico da volatilidade deve ocorrer entre o primeiro o segundo turnos.

O pregão fechou com agentes financeiros na expectativa de pesquisa Ibope prevista para sair na noite desta terça-feira, entre outros levantamentos previstos para a semana.

Dados disponibilizados pela B3 mostraram saída líquida de estrangeiros do segmento Bovespa de 508 milhões de reais em setembro até dia 6. No ano, as saídas superam as entradas em quase 3,5 bilhões de reais.

DESTAQUES

- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 3,44 por cento e BRADESCO PN recuou 3,01 por cento, no setor figura entre os mais sensíveis a especulações sobre a disputa presidencial e em momentos de aversão a risco. BANCO DO BRASIL, que tem controle estatal, fechou em queda de 4,53 por cento.

- PETROBRAS PN perdeu 3,95 por cento, também afetada pelos receios com o panorama eleitoral, na contramão do movimento positivo dos preços do petróleo no exterior. PETROBRAS ON caiu 2,79 por cento.

- VALE encerrou em baixa de 1,18 por cento, contaminada pelas vendas generalizadas na bolsa.

- ELETROBRAS PNB e ELETROBRAS ON cederam 5,27 e 6,8 por cento, respectivamente, acompanhando o movimento negativo de outras companhias de controle estatal dadas as incertezas relacionadas às eleições no país.

- SMILES recuou 6,26 por cento, contaminada pelas incertezas ligadas à decisão da companhia aérea Latam de não renovar acordo operacional com Multiplus e anunciar oferta de aquisição de ações (OPA) para fechar o capital da empresa de programa de fidelidades.

- EMBRAER valorizou-se 0,6 por cento, entre as poucas altas do Ibovespa, na esteira do fortalecimento do dólar e de comentários da Previ, acionista da companhia, de que o mérito da fusão da fabricante brasileira de aviões com a norte-americana Boeing é positivo.

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