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Haddad reclama que debater juros virou 'tabu' e diz sentir obrigação de opinar sobre o tema

Ministro afirmou que 'respeita institucionalmente' o Banco Central e que suas opiniões sobre o nível atual da Selic, de 15% ao ano, já é conhecido

5 nov 2025 - 10h19
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BRASÍLIA - No mesmo dia em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central vai anunciar a decisão sobre a Selic, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se esquivou de comentar sobre a taxa de juros. Indagado sobre o assunto, ele disse que "respeita institucionalmente" a autarquia.

"O Banco Central tem o mandato dele, respeita institucionalmente os diretores. E vamos ver como é que as coisas acontecem", disse Haddad a jornalistas, na portaria do Ministério da Fazenda, em Brasília. "As pessoas conhecem a minha opinião sobre isso."

Na terça-feira, Haddad disse que votaria para reduzir a taxa Selic se fosse diretor do BC. A declaração ficou em linha com as últimas falas do ministro, que tem afirmado que os juros estão muito restritivos. A taxa está em 15% ao ano, e o mercado só vê a possibilidade de cortes no próximo ano.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O ministro afirmou que, no Brasil, o debate sobre a política monetária "não é bem recebido." "É como se fosse um tabu conversar sobre economia", disse. "A minha opinião, eu sinto que é um direito e uma obrigação emitir."

Arcabouço fiscal

Ao comentar o Projeto de Lei que retira da meta até R$ 5 bilhões ao ano em despesas das Forças Armadas, Haddad disse que vai conversar com os parlamentares e negou que haja "exceções" à regra fiscal.

"Quando a democracia estabelece uma regra que não passou pela Fazenda, que foi muito bem-recebida pelo Congresso, esse apoio das Forças Armadas por causa da questão geopolítica, eu tenho que conversar com os parlamentares sobre isso, que é o que estou fazendo", disse.

O ministro disse que não comentaria o aumento para servidores do Poder Judiciário aprovado na noite de terça-feira pela Câmara dos Deputados. "Eu não trato da questão do Judiciário, porque eles têm um orçamento próprio, que segue a lógica do arcabouço fiscal", disse.

Tributação de bets e fintechs

Haddad que o Projeto de Lei (PL) 5.473/2025 — que aumenta a tributação de bets e fintechs — tem um impacto fiscal menor do que R$ 5 bilhões. Por isso, a tramitação do texto não deve afetar as discussões sobre o Orçamento de 2026, declarou.

"É um impacto muito pequeno dentro do Orçamento para causar uma turbulência na peça orçamentária", disse. "Vou ter que fazer um ajuste pequeno no Orçamento (se o PL não for aprovado), mas ele é pequeno", reforçou.

O PL 5.473 propõe dobrar a taxação das bets, de 12% para 24%, e aumentar a alíquota de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) paga por fintechs, de 9% para 15% ou de 15% para 20%. O texto entrou na pauta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado na terça-feira, mas a votação acabou adiada a pedido do relator, Eduardo Braga (MDB-AM).

Segundo Haddad, o texto é mais uma questão de "justiça tributária" do que de impacto fiscal, e foi apresentado por iniciativa do senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Segundo o ministro, outros pontos são mais importantes para votar o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) e o próprio Orçamento de 2026. Entre eles, ele citou o corte linear de benefícios tributários e o PL que institui o Regime Especial de Atualização e Regularização Patrimonial (Rearp), no qual foram incluídas medidas de aumento da arrecadação.

A LDO e o Orçamento serão votados normalmente, ele disse.

Estadão
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