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Governo prevê novo corte no Orçamento caso não tenha autorização para aumentar dívida

Segundo secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, aprovação do Congresso para emissão de dívida é necessária para que a União cumpra a regra de ouro este ano

6 mai 2019 - 20h26
(atualizado às 20h32)
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BRASÍLIA - O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, reforçou nesta segunda-feira, 6, que o governo precisará fazer um novo corte no Orçamento de 2019 se o Congresso não autorizar até junho a emissão de dívida para o pagamento de despesas de custeio. A medida é necessária para que a União não descumpra a regra de ouro este ano.

Segundo Mansueto, apesar do pedido de autorização feito pela União ser de R$ 248 bilhões, o rombo para o cumprimento da regra constitucional estaria hoje entre R$ 120 e R$ 140 bilhões.

'O mercado está aceitando ajuste fiscal gradual, mas não podemos errar de novo', avaliou Mansueto.
'O mercado está aceitando ajuste fiscal gradual, mas não podemos errar de novo', avaliou Mansueto.
Foto: Marcelo Camargo/Agencia Brasil / Estadão

O secretário lembrou que o espaço do governo federal para conter as despesas discricionárias é muito reduzido e apontou que o contingenciamento de R$ 30 bilhões já feito no Orçamento de 2019 é "bastante expressivo". "Se o Congresso não aprovar aumento da dívida até junho, será necessário novo corte no Orçamento", alertou, em entrevista à GloboNews.

Mansueto afirmou ainda que a conta de subsídios supera a casa dos R$ 300 bilhões por ano, mas considerou ser necessário apontar o custo/benefício de cada programa para que haja apoio a medidas que reduzam subvenções.

O secretário avaliou ainda que a situação fiscal do Brasil ainda "é muito séria e delicada", lembrando que o déficit primário estimado para 2019 é de R$ 139 bilhões, superior ao rombo de 2018.

"O mercado está aceitando ajuste fiscal gradual, mas não podemos errar de novo", avaliou "O melhor impulso que governo pode dar na economia é restabelecer a confiança, com a aprovação das reformas. E em uma democracia com mais de 30 partidos, é necessário apoio político", concluiu.

Estadão
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