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Governo estima saldo comercial de US$50,1 bi para 2019, abaixo de 2018 e 2017

1 abr 2019 - 15h17
(atualizado às 18h09)
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O Brasil deve fechar 2019 com superávit comercial em 50,1 bilhões de dólares, com aumento maior nas importações em relação às exportações, num movimento em parte explicado pela perspectiva de recuperação econômica, estimou o Ministério da Economia nesta segunda-feira.

Contêineres no porto de Santos, no Estado de São Paulo
14/09/2016
REUTERS/Fernando Donasci
Contêineres no porto de Santos, no Estado de São Paulo 14/09/2016 REUTERS/Fernando Donasci
Foto: Reuters

Este seria o terceiro maior superávit da série histórica (iniciada em 1989), mas ficaria bem abaixo dos 58,7 bilhões de dólares de 2018 e dos quase 67 bilhões de dólares em 2017.

As projeções para o ano devem ser atualizadas trimestralmente a partir de agora. O governo ainda não havia feito estimativa para saldo comercial de 2019.

Enquanto o Ministério da Economia projeta saldo comercial de 50,1 bilhões de dólares em 2019, analistas de mercado estimam superávit de 50,25 bilhões de dólares, conforme pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira.

Segundo as estimativas do ministério, o país deve exportar mais 2,5 por cento no ano e importar 8 por cento a mais. A taxa mais rápida de aumento das importações reflete, em parte, expectativa de recuperação, ainda que lenta, da economia, de acordo com o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz.

O foco do governo, contudo, não seria o saldo comercial, e sim a corrente de comércio --soma de importações e exportações. A corrente de comércio deve crescer 4,9 por cento no ano, segundo a previsão.

"Esse é o nosso principal objetivo, e é para isso que a gente esta voltado neste governo, aumentar a participação do comércio internacional no PIB brasileiro", apontou Ferraz.

"A gente dá a mesma importância tanto para exportar quanto para importar, e saldo comercial não é uma questão voltada para comércio internacional. Saldo comercial é uma questão macroeconômica", completou.

PAÍSES ÁRABES

O secretário se mostrou otimista em relação a possíveis impactos nas exportações brasileiras decorrentes da decisão do governo de abrir um escritório de negócios em Jerusalém, conforme anunciado durante visita oficial do presidente Jair Bolsonaro a Israel no último fim de semana.

A abertura do escritório em Jerusalém poderia gerar algum ruído com países árabes com os quais o Brasil tem relevante parceria comercial.

Segundo Ferraz, se houver impacto no comércio brasileiro, será pouco expressivo.

ABERTURA COMERCIAL

Em coletiva de imprensa a jornalistas, Ferraz afirmou também que a abertura comercial brasileira será feita de forma simultânea e coordenada com medidas de simplificação e redução de custos para produtores, visando reduzir o chamado custo Brasil.

Além de dizer que o processo de abertura comercial não estaria condicionado à aprovação de nenhuma reforma estrutural, como a da Previdência, o secretário afirmou que o governo trabalha para redução de barreiras não tarifárias e irá focar em acordos comerciais com países desenvolvidos.

Uma outra dimensão do processo seria uma rediscussão da tarifa externa cobrada de países do Mercosul, para colocá-las nos mesmos patamares de países similares economicamente.

RESULTADO MENSAL

Em março, o Brasil registrou superávit comercial de 4,990 bilhões de dólares, no resultado mais fraco para o mês desde 2016.

As exportações somaram 18,120 bilhões de dólares no período, enquanto as importações alcançaram 13,130 bilhões de dólares.

O saldo mensal ficou abaixo do divulgado para o mês em 2018 e 2017, superando apenas os 4,431 bilhões de dólares registrados em março de 2016.

No mês passado, as importações subiram 5,1 por cento ante março de 2018, pela média diária, enquanto as exportações caíram 1 por cento na mesma base de comparação.

As importações foram puxadas pelos bens de capital, com alta de 13 por cento sobre um ano antes. Em seguida vieram os bens intermediários, com crescimento de 5,8 por cento; e bens de consumo, com subida de 1,6 por cento.

Ao mesmo tempo, houve queda de 0,5 por cento nas compras de combustíveis e lubrificantes.

Já no caso das exportações, houve avanço nas vendas de produtos básicos de 7,9 por cento, a 9,689 bilhões de dólares.

Mas as vendas externas de produtos manufaturados registraram queda de 6,5 por cento, para 6,148 bilhões de dólares. As exportações de produtos semimanufaturados recuaram 0,5 por cento, para 2,282 bilhões de dólares.

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