Gleisi critica Banco Central pela alta de juros, mas não cita Galípolo, indicado por Lula
Ministra afirma que aumento é 'incompreensível', mas não cita presidente do BC como fez com Roberto Campos Neto em ocasiões anteriores
BRASÍLIA — A ministra da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Gleisi Hoffmann, criticou o Banco Central pela nova alta de juros, sem citar o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Lula (PT) para comandar a instituição.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC aumentou a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto porcentual, de 14,75% para 15% ao ano. A decisão foi unânime. Nas redes sociais, Gleisi se tornou uma das vozes mais críticas à política da autoridade monetária de subir os juros para controlar a inflação.
Na gestão anterior, de Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ministra, que estava na Câmara como deputada federal, publicava críticas se referindo ao órgão como o "BC de Campos Neto". Agora, com um indicado de Lula presidindo o Banco Central e votando pela alta de juros, ela foi cobrada pela oposição por um posicionamento.
"No momento em que o país combina desaceleração da inflação e déficit primário zero, crescimento da economia e investimentos internacionais que refletem confiança, é incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros", disse Gleisi, sem citar Galípolo. "O Brasil espera que este seja de fato o fim do ciclo dos juros estratosféricos", escreveu a ministra.
No momento em que o país combina desaceleração da inflação e déficit primário zero, crescimento da economia e investimentos internacionais que refletem confiança, é incompreensível que o Copom aumente ainda mais a taxa básica de juros. O Brasil espera que este seja de fato o fim…
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) June 19, 2025
O presidente Lula, outro crítico de BC em ocasiões de subida da taxa de juros, não se pronunciou até a manhã desta quinta-feira, 19. O Banco Central justificou a decisão por conta do cenário com projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho.
O Copom sinalizou que pode manter os juros no patamar atual, mas que poderá voltar a aumentar a taxa caso necessário.
