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Gestão sustentável do plástico no Brasil se torna uma necessidade urgente

A economia circular não é um ideal distante, mas um caminho viável, desde que superemos a fragmentação de ações

14 mai 2025 - 10h21
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A sustentabilidade deixou de ser apenas um tema de debate para se tornar uma necessidade urgente no cenário industrial brasileiro. Cabe a nós, líderes industriais e formuladores de políticas, transformar discursos em ação.

É urgente uma reflexão sobre como regulamentações inteligentes e colaboração multissetorial podem transformar o gerenciamento de plásticos e outros materiais no País. Diante do acúmulo de resíduos em nossos ecossistemas, a economia circular emerge não apenas como uma alternativa, mas como o modelo capaz, no contexto atual, de conciliar progresso econômico e preservação ambiental.

Uma medida necessária é a regulamentação. Um exemplo concreto é a proposta de vincular a renovação de licenças ambientais à comprovação da coleta de resíduos pós-consumo. Pesquisas revelam avanços pontuais, mas insuficientes: das 600 mil toneladas de plástico coletadas em 2023, parte significativa ainda se perde em aterros ou no meio ambiente em razão de falhas na logística reversa.

Esse cenário não apenas onera os cofres públicos - estima-se que o prejuízo econômico com o descarte inadequado ultrapasse R$ 14 bilhões anuais -, mas também compromete metas globais, como o Acordo de Paris e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

A economia circular não é um ideal distante, mas um caminho viável, desde que superemos a fragmentação de ações
A economia circular não é um ideal distante, mas um caminho viável, desde que superemos a fragmentação de ações
Foto: Tiago Queiroz/Estadão / Estadão

É fundamental envolver ativamente o varejo como principal catalisador dessa transformação. Inspirado em modelos europeus e norte-americanos, o Brasil precisa adotar sistemas de depósito e recompensa para consumidores, nos quais supermercados e grandes redes assumam papel central na coleta de embalagens.

Nesse modelo, ao adquirir produtos embalados em plástico, o consumidor pagaria um valor adicional (depósito), reembolsado integralmente ao devolver a embalagem em pontos de coleta nos próprios estabelecimentos.

Um marco regulatório claro deve condicionar a renovação de licenças de operação de varejistas e indústrias ao cumprimento de metas progressivas. Propomos que, em até três anos, o País atinja 70% de coleta de embalagens plásticas - patamar já alcançado pelo Oregon (EUA), onde a taxa de retorno de latas chegou a 89% em 2022. Além de reduzir o descarte inadequado, o sistema geraria benefícios econômicos diretos.

A economia circular não é um ideal distante, mas um caminho viável, desde que superemos a fragmentação de ações. Com regulamentação clara, tecnologia e envolvimento estratégico do varejo, o Brasil tem todas as ferramentas para liderar essa revolução. Resta agir - com urgência e escala.

Estadão
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