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Fluxo blinda real de pressão externa e dólar zera alta na semana

5 ago 2022 - 16h48
(atualizado às 17h24)
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O dólar chegou a subir mais de 1% pela manhã, mas com o pregão em curso perdeu ritmo, virou e caiu na mesma magnitude nesta sexta-feira, influenciado por entradas de recursos pela perspectiva de parada na alta dos juros.

Notas de dólares
02/08/2011
REUTERS/Yuriko Nakao
Notas de dólares 02/08/2011 REUTERS/Yuriko Nakao
Foto: Reuters

O real atipicamente descolou de seus pares, ostentando o segundo melhor desempenho global numa curta lista de seis moedas que bateram o dólar no dia.

Os demais 27 principais rivais da divisa norte-americana sofreram expressivas perdas, após dados bem mais fortes do mercado de trabalho dos EUA reavivarem expectativas de nova grande alta de juros pelo Fed.

O dólar à vista fechou em queda de 1,03%, a 5,1689 reais na venda, depois de oscilar entre 5,279 reais (+1,08%) e 5,1653 reais (-1,10%).

O índice do dólar contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos saltava 0,8% no fim da tarde. O dólar subia entre 0,4% e 1,8% ante pares do real como peso mexicano, peso chileno e peso colombiano.

Mas não foi apenas o mercado de câmbio que teve bom desempenho nesta sexta. A bolsa paulista fechou sua terceira semana de ganhos, e na renda fixa as taxas de juros embutidas em contratos de DI na B3 --uma medida das perspectivas para os custos dos empréstimos-- seguiram em queda nos vértices de longo prazo mesmo depois do tombo da véspera.

"O gringo está entrando para aplicar nos juros, já que chegou o fim do ciclo (de alta da Selic)", disse um gestor que preferiu não ser identificado.

Os vencimentos mais dilatados da curva de DI --tradicionalmente mais visados pelos estrangeiros-- caíram cerca de 10 pontos-base. A queda dos juros por sua vez elevou o apelo da renda variável, o que ajuda a explicar o Ibovespa ter superado os 107 mil pontos mais cedo.

"Acho que esse movimento (de ingresso de dinheiro estrangeiro) vai continuar", disse Vinicius Alves, macroestrategista-chefe da Tullett Prebon, segundo o qual o não residente já havia tempo que queria entrar, mas era desestimulado pela perspectiva de o juro seguir em alta.

"Ele agora vê espaço para entrar, não se importa em ter pedido uma semana de movimento (de perda de prêmio na curva). Agora o jogo é quando cai o juro (Selic)", afirmou.

Com o movimento desta sexta, o dólar zerou a alta da semana e acabou acumulando variação negativa de 0,07%. Em 2022, o dólar perde 7,26%.

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