Ex-deputado Rodrigo Maia deixa Confederação das Instituições Financeiras e deve ir para o BTG
Maia deixa presidência da instituição no próximo dia 31; a diretora jurídica, Cristiane Coelho, assume interinamente
O ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia está de saída da presidência da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, conhecida como Fin. De acordo com fontes, o ex-deputado está em tratativas para ir para o BTG Pactual.
Maia deixa o cargo no próximo dia 31. Ainda não há um nome escolhido para o posto. A diretora jurídica da Fin, Cristiane Coelho, vai assumir interinamente a presidência a partir de 1º de novembro.
"Durante sua gestão, Maia foi muito importante para reposicionar a representação institucional do setor financeiro no Brasil", comenta o presidente do conselho de Representantes da Fin, Mario Leão, que é presidente do Santander. "Sob sua liderança, a Fin ampliou seu escopo de atuação e passou a refletir melhor a diversidade do setor", ressalta o comunicado.
Maia presidia a Confederação desde fevereiro de 2023, quando foi eleito por unanimidade pelo Conselho de Representantes da entidade.
Rodrigo Maia nasceu em 12 de junho de 1970, em Santiago, no Chile, onde seus pais estavam exilados durante a ditadura militar brasileira. Filho do ex-prefeito do Rio de Janeiro César Maia, com formação incompleta em Economia pela PUC-Rio, ele iniciou sua trajetória pública em 1998, quando foi eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro. Permaneceu na Câmara dos Deputados por seis mandatos consecutivos, entre 1999 e 2023.
Entre 2016 e 2021, presidiu a Câmara dos Deputados, período em que teve papel relevante na condução de pautas como a reforma da Previdência, aprovada em 2019. Sua atuação foi marcada por intensa articulação política entre o Executivo e diferentes bancadas partidárias.
Em 2021, após deixar o comando da Câmara, Maia foi convidado pelo então governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para ocupar o cargo de secretário de Projetos e Ações Estratégicas. Ele deixou a função no ano seguinte, após discordar do apoio do sucessor de Doria, Rodrigo Garcia (PSDB), à reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Desde então, Maia tem se posicionado de maneira crítica ao bolsonarismo. Na última quinta-feira, 16, ele avaliou a postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmando que o chefe do Executivo era o candidato favorito para a Presidência da República, mas foi "contaminado pela agenda maluca do bolsonarismo". Segundo Maia, quem "colar no bolsonarismo raiz" não será presidente do País. / COLABOROU ADRIANA VICTORINO