'EUA vão buscar café e carne bovina com preço competitivo no Brasil', diz ministro

BRASÍLIA - O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comemorou o alívio tarifário dos Estados Unidos sobre produtos agrícolas anunciado nesta sexta-feira, 14. A medida não é direcionada exclusivamente a produtos brasileiros, mas abrange itens afetados pelo tarifaço de 50% imposto a produtos importados do Brasil, como carne bovina e café. "Eles vão buscar café e carne bovina com preço competitivo no Brasil", disse Fávaro ao Estadão/Broadcast.

Mais cedo, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a modificação de tarifas agrícolas por meio de Ordem Executiva. De acordo com a publicação, carne bovina de alta qualidade, café, castanhas-do-pará, caju, coco, laranja, tomate, banana e outras frutas estão entre as isenções tarifárias americanas em relação à sobretaxa recíproca.

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Questionado se apesar de a medida não ser específica para o Brasil, pode ter havido uma influência da retomada das negociações entre governo brasileiro e americano para adoção da medida, o ministro respondeu que "sim", citando o fornecimento desses itens pelo Brasil ao mercado americano.

Fávaro também acredita na retomada das exportações dos produtos agropecuários brasileiros aos Estados Unidos com o alívio tarifário. "É um bom momento. Terminamos a semana com uma ótima notícia", afirmou.

Para o ministro, o diálogo entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva permitiu a retomada das relações diplomáticas de mais de 200 anos entre os países.

"É um momento muito especial. A partir do momento que os dois líderes se encontraram, começaram o diálogo, se reestabeleceu a relação diplomática e de amizade de mais de 200 anos entre o Brasil e os Estados Unidos e, por consequência, as coisas começaram a acontecer. Divergências são normais e se resolvem sentando na mesa. Os Estados Unidos e o Brasil são as duas maiores nações das Américas e merecem continuar assim dialogando e achando soluções para as dificuldades recíprocas", avaliou Fávaro

Como o Estadão/Broadcast mostrou, cerca de 80% das exportações do agronegócio brasileiro ficaram de fora da lista de exceções tarifárias ao Brasil.

Estes produtos estão sujeitos a uma tarifa adicional de 50%, considerando a alíquota recíproca global de 10% imposta em abril e a de 40% exclusiva ao Brasil em vigor desde 6 de agosto, além das taxas específicas já aplicadas sobre cada produto. Essa escalada tarifária inviabilizou, por exemplo, os embarques de carne bovina brasileira aos Estados Unidos desde agosto.