EUA e Catar assinam acordo de US$ 200 bi envolvendo a Boeing; encomenda pode chegar a 210 jatos
Segundo Trump, acordo é o 'maior da história'; republicano tem feito um giro pelo Golfo nesta semana em busca de acordos comerciais
Os Estados Unidos e o Catar assinaram nesta quarta-feira, 14, um acordo de US$ 200 bilhões para a compra de jatos da Boeing, após visita do presidente americano, Donald Trump, em Doha. Segundo o republicano, a Qatar Airways encomendou 160 jatos da empresa aeroespacial americana. Mais tarde, a Boeing informou que o pedido pode chegar a 210 aviões widebody (de "fuselagem larga").
"O acordo é o maior da história", disse Trump durante a cerimônia de assinatura de acordos. Na ocasião, o presidente americano afirmou que teve "horas muito interessantes" de conversa com o emir catari, Tamim bin Hamad bin Khalifa al-Thani. "Discutimos Rússia e Ucrânia e Irã, a situação por lá vai funcionar", acrescentou.
Nesta semana, Trump tem feito um giro pelo Golfo em busca de acordos comerciais envolvendo aviões, energia nuclear, inteligência artificial e armas, entre outros.
O acordo com o Catar foi celebrado um dia depois de a Casa Branca anunciar que o presidente americano assegurou um "compromisso histórico de investimento de US$ 600 bilhões" por parte da Arábia Saudita nos Estados Unidos. O pacote, segundo o governo americano, inaugura uma "nova era dourada de parceria" entre os dois países.
Em comunicado oficial, a Casa Branca afirmou que os primeiros acordos reforçam a "segurança energética, a indústria de defesa, a liderança tecnológica e o acesso à infraestrutura global e a minerais críticos".
Entre os investimentos destacados, a empresa saudita DataVolt planeja aplicar US$ 20 bilhões em centros de dados voltados à inteligência artificial e infraestrutura energética nos EUA. Já gigantes como Google, Oracle, Salesforce, AMD e Uber, ao lado da própria DataVolt, prometeram injetar US$ 80 bilhões em "tecnologias transformadoras" nos dois países.
'400 mil empregos nos Estados Unidos'
A Boeing anunciou que o pedido da Qatar Airways, para até 210 aviões widebody, deve dar apoio à criação de aproximadamente 400 mil empregos nos Estados Unidos.
O acordo, descrito pela fabricante como "a maior encomenda de widebodies da história", inclui 130 jatos 787 Dreamliner, 30 do modelo 777-9 e opções para mais 50 aeronaves.
"Estamos felizes em anunciar nosso acordo com a Boeing, a maior encomenda da nossa história", declarou o CEO do grupo Qatar Airways, Badr Mohammed Al-Meer. Segundo ele, a aquisição representa um passo essencial na construção de uma frota "mais limpa, jovem e eficiente".
Com a compra, a Qatar Airways se tornará a maior operadora de 787 Dreamliners do Oriente Médio. A companhia já opera mais de 150 aviões da Boeing. "Não estamos simplesmente buscando escala, estamos construindo força", disse Al-Meer.
A presidente da divisão de aviões comerciais da Boeing, Stephanie Pope, afirmou que o pedido consolida a relação entre as empresas: "Estamos honrados por a Qatar Airways ter colocado esse pedido recorde conosco. Nossa equipe está ansiosa para construir 787s e 777s para eles na próxima década".