EUA, China, Argentina? Quais são os principais parceiros comerciais do Brasil?
Balança comercial brasileira fechou o primeiro semestre deste ano com superávit de US$ 30,09 bilhões, o que representa queda de 27,6% na comparação com o ano passado
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na última quarta-feira, 9, que produtos brasileiros exportados para os EUA terão tarifas de 50% a partir do dia 1º de agosto. Os EUA estão entre os principais parceiros comerciais do Brasil.
As exportações do Brasil para os EUA somaram US$ 3,36 bilhões em junho deste ano, um crescimento de 2,4% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já no acumulado do primeiro semestre de 2025, as exportações somaram US$ 20,02 bilhões, alta foi de 4,4%. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Os EUA são o segundo país para o qual o Brasil mais exporta, atrás apenas da China, principal destino das exportações brasileiras desde 2009. Somente no mês passado, as exportações para os chineses chegaram a US$ 9,83 bilhões, com crescimento de 2,53% no comparativo anual. Já no primeiro semestre deste ano, a soma dos produtos brasileiros enviados para a China foi de US$ 47,68 bilhões, com queda de 7,54% em relação ao mesmo período de 2024.
Quem ocupa o terceiro lugar na lista de parceiros comerciais para os quais o Brasil mais exporta é a Argentina, seguida pela Holanda e pela Espanha. Ao todo, no acumulado de janeiro a junho de 2025, as exportações brasileiras somaram US$ 165,87 bilhões, queda de 0,7%.
Confira o ranking dos países para os quais o Brasil mais exportou no primeiro semestre deste ano:
- China - US$ 47,68 bilhões
- Estados Unidos - US$ 20,02 bilhões
- Argentina - US$ 9,12 bilhões
- Holanda - US$ 5,62 bilhões
- Espanha - US$ 4,71 bilhões
- México - US$ 3,44 bilhões
- Canadá - US$ 3,41 bilhões
- Cingapura - US$ 3,15 bilhões
- Chile - US$ 3,11 bilhões
- Alemanha - US$ 2,94 bilhões
Importações
China e EUA também estão na ponta da lista quando o assunto são os países dos quais o Brasil mais importa. No caso dos chineses, o valor das importações é inferior ao das exportações: US$ 6,15 bilhões no último mês e US$ 35,69 bilhões no acumulado de janeiro a junho deste ano.
Os dados da Secex mostram que a situação é diferente em relação aos norte-americanos: a economia brasileira importa mais do que exporta para os EUA. A soma dos produtos enviados dos EUA para o Brasil chegou a US$ 3,96 bilhões no mês de junho e a US$ 21,70 bilhões no primeiro semestre de 2025.
Após China e Estados Unidos, aparecem a Alemanha, a Argentina e a Rússia. As importações brasileiras totalizaram US$ 135,78 bilhões nos primeiros seis meses deste ano, crescimento de 8,3%. A balança comercial apresentou superávit de US$ 30,09 bilhões, com queda de 27,6% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Confira o ranking dos países dos quais o Brasil mais importou no primeiro semestre deste ano:
- China - US$ 35,69 bilhões
- Estados Unidos - US$ 21,70 bilhões
- Alemanha - US$ 7,04 bilhões
- Argentina - US$ 6,17 bilhões
- Rússia - US$ 5,08 bilhões
- Índia - US$ 3,67 bilhões
- Itália - US$ 3,53 bilhões
- França - US$ 3,39 bilhões
- Japão - US$ 3,13 bilhões
- México - US$ 2,82 bilhões
Tarifas de Trump
As novas tarifas de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA foram informadas por Trump por meio de uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e divulgada na rede social Truth Social.
Entre as justificativas dadas pelo presidente dos EUA para o nível da taxa estão o tratamento dado pelo Brasil ao ex-presidente Jair Bolsonaro e as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra empresas americanas de tecnologia.
Lula reagiu ao anúncio e afirmou que a resposta do País virá por meio da Lei de Reciprocidade Econômica. A norma brasileira foi sancionada pelo presidente em abril deste ano e prevê medidas em casos de retaliações comerciais. As respostas podem ser:
- Imposição de tarifas, taxas extras ou restrições sobre importações de bens e serviços de um país;
- Suspensão de concessões comerciais e de investimentos;
- Suspensão de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual.
O Estadão/Broadcast apurou que o governo brasileiro trabalha com o prazo de cerca de 20 dias para responder a Trump, ou seja, quer aguardar a entrada em vigor das tarifas de 50%, a partir de 1º de agosto. A data foi estipulada pela Casa Branca na carta de Trump. O governo considera que seria um "erro" reagir antes.