Equinor e USP lançam projeto de R$ 10 milhões para armazenar CO2 de usinas de etanol
Objetivo do projeto é avaliar reservatórios na bacia do Paraná para armazenamento de dióxido de carbono proveniente de usinas
RIO - A norueguesa Equinor e o Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI) da Universidade de São Paulo (USP) lançaram nesta semana projeto de R$ 10 milhões batizado de Cabra (Carbon Storage in Brazilian Basalts). O objetivo é avaliar reservatórios na bacia do Paraná para armazenamento de CO2 proveniente de usinas de etanol de primeira e segunda geração.
Segundo a Equinor, uma das maiores operadoras de captura e armazenagem de carbono do mundo, com 30 anos de experiência nesse setor, o projeto será focado nas formações basálticas da bacia sedimentar do Paraná — que vai do Mato Grosso até o Rio Grande do Sul —, onde estão concentradas as usinas de etanol e bioetanol (2ª geração) da região Sudeste.
"Essas rochas ígneas, formadas pelo resfriamento do magma na superfície terrestre, possuem características químicas que lhes permitem reagir rapidamente com o CO2 injetado, transformando-o em minerais sólidos", explicou a empresa em nota nesta quinta-feira, 6.
As pesquisas também vão envolver estudos de engenharia necessários para a execução de um possível projeto-piloto, disse a companhia, para avaliar a capacidade de injetividade, volume de armazenamento e tempo de mineralização do CO2 injetado nas formações rochosas.
"Poder contar com a experiência de uma instituição de excelência como a USP para desenvolvermos um projeto como o Cabra nos enche de orgulho. A Equinor é uma das empresas líderes em captura e armazenamento de carbono internacionalmente e esse é um primeiro passo para avaliarmos as possibilidades de projetos como esse no Brasil", afirmou em nota o gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Equinor Brasil, Andrea Achôa.
Segundo a Equinor, apesar de o Brasil ocupar uma posição de destaque na geração de bioenergia, sendo o maior produtor mundial de etanol a partir da cana-de-açúcar, essa cadeia produtiva ainda emite CO2 em suas etapas de processamento. "Integrar a produção de bioetanol a tecnologias de captura e armazenamento geológico de carbono pode inverter esse balanço", afirmou a Equinor.