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Entenda como o CDI influencia seus rendimentos

Saiba como funciona o CDI, como é calculado e as diferenças para outros investimentos

17 jun 2019 - 16h40
(atualizado às 16h55)
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A sigla CDI significa Certificado de Depósito Interbancário, um título de dívida emitido por instituições financeiras, responsável por formar uma taxa que serve de base para o rendimento de investimentos.

O que é CDI?

De acordo com as regras do Banco Central, ao fim de um dia, um banco não pode ficar com caixa negativo, então as instituições financeiras emprestam dinheiro entre si a partir da emissão desses títulos (CDI). Geralmente as operações são de curtíssimo prazo, vencendo em um dia. Assim, as emissões dos certificados formam uma taxa, chamada de taxa DI.

Como o CDI afeta seu investimento?

O professor Joelson Sampaio, coordenador de Economia da Fundação Getulio Vargas, explica que o CDI não é investimento ou aplicação financeira, é um índice que serve de referência no mercado. "Você não investe em ativos do CDI, você investe em ativos que estão indexados à taxa DI", afirma.

CDIs são negociados apenas entre instituições financeiras, não envolvendo investidores. Porém, o CDI serve de base para a negociação da rentabilidade de vários contratos de investimento em títulos privados - como Certificado de Depósito Bancário (CDB), Letra de Crédito Imobiliário (LCI), Linha de Crédito Agrícola (LCA), etc. Ou seja, no contrato fica estipulada uma porcentagem de rentabilidade em relação ao CDI.

Como o CDI é calculado?

O CDI normalmente fica muito próximo à taxa Selic (a taxa básica de juros do Brasil), porque são lastreados nos títulos do Tesouro Nacional. As operações e emissões feitas pelos bancos são todas reunidas na B3, a Bolsa de São Paulo.

No site da B3 estão disponíveis as variações (diárias, anuais, acumuladas, etc.) da taxa. No caso do investidor que tem a rentabilidade de sua aplicação indexada ao CDI, por exemplo, 110% do CDI, se a taxa do CDI for de 10%, o investimento terá rentabilidade de 11%.

Vale a pena usar a taxa do CDI?

Segundo Sampaio, a resposta é "depende": depende da variação da taxa quando comparada a outras possibilidades de investimento. Se a taxa CDI estiver elevada, vale a pena. Mas se a taxa estiver em baixa, valem mais a pena os investimentos prefixados, que são aqueles em que no momento da aplicação você já sabe quanto vai resgatar ao término do contrato - o CDB é um dos exemplos de títulos que podem ter taxas prefixadas.

A taxa DI pode ser acompanhada diariamente no site da B3. Normalmente, ela segue os movimentos da taxa Selic, uma vez que têm os mesmos atores na negociação de seus papeis (os bancos), mas não são definidas pelas pelas instituições: a taxa do CDI é calculada a partir das trocas de títulos entre bancos e instituições financeiras; e a Selic tem meta estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e é determinada pela negociação dos títulos públicos entre os bancos e o Banco Central. Em maio de 2019, a taxa DI estava em 6,40% ao ano e a Selic, em 6,50% ao ano.

Na hora de escolher o investimento atrelado ao CDI outra dica é ficar atento à liquidez: se houver tempo de carência para o saque, o investidor pode ficar esperando certo tempo para o saque, independentemente da taxa de rendimento estar subindo ou caindo. Sampaio ainda complementa: "O que ajuda na hora de acertar o investimento é comparar a outros produtos e a que eles estão indexados".

Estadão
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