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Dólar recua ante iene e emergentes após decisão do Fed

26 set 2018 - 20h59
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O dólar apresentou fraqueza generalizada nesta quarta-feira, 26, na esteira da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que promoveu a terceira alta nos juros este ano, mas removeu orientações de seu comunicado, sugerindo que o nível atual das taxas é favorável ao forte crescimento da economia dos Estados Unidos.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar caía para 112,74 ienes; o euro recuava para US$ 1,1754. Além disso, o dólar era cotado a 18,8630 pesos mexicanos e a 14,1417 rands sul-africanos.

Em sua reunião de política monetária desta quarta-feira, o Fed seguiu o roteiro esperado e elevou a taxa dos Fed funds em 25 pontos-base, para a faixa entre 2% e 2,25%, sendo este o terceiro aumento nos juros realizado este ano. Além disso, o banco central americano indicou que efetuará mais um aumento este ano, mais três em 2019 e mais uma alta em 2020. No entanto, o que mais chamou a atenção do mercado foi a retirada do termo "acomodatício" que o Fed utilizava para caracterizar sua política.

Na avaliação do estrategista de câmbio do Wells Fargo, Erik Nelson, a remoção do termo "é definitivamente consequencial", embora os dirigentes do Fed provavelmente continuem a aumentar as taxas de juros no ritmo recente uma vez por trimestre em um futuro próximo. Para ele, a perspectiva ainda está "se tornando um pouco menos certa", disse Nelson. Ele lembra que os investidores começaram 2018 apostando que o dólar cairia, contudo a moeda se recuperou, apoiada pelo crescimento mais rápido da economia americana e um ritmo mais lento na Europa e no Japão.

Analistas e investidores disseram que a decisão de remover a palavra poderia sugerir que o Fed está se aproximando da conclusão de seus aumentos nas taxas de juros. No entanto, o presidente do banco central, Jerome Powell, minimizou a retirada do termo e apontou que os juros ainda estão muito baixos.

Para o analista sênior de mercados da Western Union Business Solutions, Joe Manimbo, a decisão de remover a palavra "acomodatícia" do comunicado sugere que o dólar pode começar a recuar porque o Fed tem menos necessidade de aumentar as taxas de juros no futuro. Nesse sentido, o ciclo de aperto monetário do banco central dos EUA contrasta com o de outras grandes autoridades monetárias mundiais, como o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) e o Banco Central Europeu (BCE), que mantêm taxas em torno de zero à medida que suas economias começaram a apresentar um ímpeto de crescimento mais forte há pouco tempo.

O euro, por sua vez, apresentou queda em relação ao dólar à medida que a Itália pesou no sentimento dos investidores, que ficaram atentos às brigas politicas no país em relação ao projeto orçamentário que deve ser divulgado nesta quinta-feira. (Com informações da Dow Jones Newswires)

Estadão
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