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Dólar avança frente ao real em linha com outros mercados emergentes

29 mai 2024 - 09h21
(atualizado às 10h09)
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O dólar avançava frente ao real nas negociações desta quarta-feira, acompanhando a valorização da divisa norte-americana em outros mercados emergentes, à medida que investidores ainda apresentam dúvidas sobre o futuro da política monetária do Federal Reserve.

Às 9h45, o dólar à vista subia 0,50%, a 5,1796 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento avançava 0,39%, a 5,180 reais na venda.

"A gente tem visto o dólar subir hoje, bem em linha com a valorização contra moedas fortes e países emergentes", disse Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital.

"Fica muito no radar principalmente os discursos de dirigentes do Fed, que reforçaram uma posição mais hawkish (dura com a inflação) do banco", acrescentou.

Nesta manhã, o dólar recuperava perdas em mercados de todo o mundo, após uma desvalorização ampla na terça-feira. O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes -- subia 0,04%, a 104,700.

A moeda norte-americana também se valorizava ante moedas de mercados emergentes, acumulando ganhos frente ao peso chileno, em alta de 0,25%, ante o peso mexicano, subindo 0,30%, e contra o rand sul-africano, avançando 0,31%.

Os investidores globais estão atentos nesta semana a divulgação de uma série de dados de inflação das principais economias globais, com destaque para o índice PCE dos EUA -- medida preferida de preços do Fed -- e a leitura de inflação da zona do euro na sexta-feira.

Os dados podem sinalizar a perspectiva para o início de um ciclo de afrouxamento monetário no Fed e no Banco Central Europeu. A manutenção da taxa de juros nos EUA tem ajudado a valorizar o dólar, deixando-o mais interessante para investidores globais.

Nas últimas semanas, autoridades do banco central norte-americano tem reforçado que precisam avaliar mais dados para ganhar confiança de que a inflação no país está à caminho da meta de 2%, sem indicar quando a instituição pode começar a cortar sua taxa de juros.

O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse em uma entrevista à emissora CNBC na terça-feira que o banco central deve esperar por um progresso significativo na inflação antes de reduzir os juros, abrindo a porta para até mesmo elevar a taxa básica caso os preços não desacelerem ainda mais.

Operadores começaram o ano esperando cortes em março, mas a inflação persistente e a fala hawkish de autoridades reduziram as expectativas para um corte de 25 pontos-base somente em novembro ou dezembro, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

No cenário doméstico, a alta do dólar pode ser entendida de um ponto de vista técnico, segundo Izac, com os investidores marcando posições antes do feriado de Corpus Christi na quinta-feira, que deve também reduzir as negociações do dia seguinte.

O mercado brasileiro também avalia dados de mercado de trabalho e resultados fiscais nesta manhã.

Ainda nesta manhã, todas as taxas do DI (Depósito Interfinanceiro) apresentavam altas, com um avanço maior em contratos mais longos. Os prêmios para janeiro de 2028 e 2029, por exemplo, subiam 0,09 ponto percentual.

Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,1539 reais na venda, em baixa de 0,35%.

(Edição de Isabel Versiani)

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