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Discurso brando de Galípolo reduz força das taxas dos DIs

18 dez 2025 - 16h59
(atualizado às 18h06)
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Fala do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, vista como mais branda por investidores fez as taxas dos DIs apagarem parte dos ganhos nesta quinta-feira e encerrarem com altas leves ante os ajustes da véspera, em meio à leitura de que a decisão do BC sobre juros em janeiro segue indefinida.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2027 ‌estava em 13,845%, ante o ajuste de 13,83% da sessão anterior. Na ponta longa da curva, a taxa para janeiro de 2035 marcava 13,735%, ante o ajuste de 13,700%.

Pela manhã, o ‌Relatório de Política Monetária mostrou que o BC projeta uma inflação em 12 meses de 3,2% no terceiro trimestre de 2027 -- ainda um pouco acima do centro da meta contínua perseguida pela instituição, de 3%.

O terceiro trimestre de 2027 passou a ser considerado pelo mercado como um período chave, já que se torna a referência para o horizonte relevante da política monetária na reunião de janeiro do BC.

"O compromisso do BC é com a meta contínua de inflação de 3,0%, e suas decisões são pautadas para que este objetivo seja atingido ao longo do ‍horizonte relevante de política monetária", disse a autarquia no relatório.

Durante coletiva de imprensa, porém, tanto Galípolo quanto o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, pontuaram que as projeções são embutidas de incerteza e que há limitações para elas em um horizonte de 18 meses.

Sobre isso, Guillen reforçou a ideia, já contida no comunicado da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), de que o BC mira "o redor da meta" de inflação.

Galípolo também disse que a autarquia segue dependente de dados e que "não ‌há portas fechadas" nem "setas dadas" para as decisões de política monetária. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve ‌a Selic em 15% ao ano, sem dar indicações exatas sobre o que fará na reunião de janeiro.

"Agentes estão tentando achar dica em texto que não dá dica", afirmou Galípolo. "Não decidimos o que vamos fazer nem na reunião de janeiro, nem na de março, nem nas próximas. Não queríamos comunicar o que vamos fazer porque não decidimos o que vamos fazer", reforçou.

Profissionais ouvidos pela Reuters pontuaram que os comentários sobre a política monetária foram brandos, mantendo as chances de o BC cortar a Selic em 25 pontos-base no fim de janeiro. Em reação, as taxas dos DIs perderam força e chegaram a ceder no início da tarde.

A taxa do DI para janeiro de 2028, que marcou a máxima de 13,440% (+18 pontos-base) às 9h56, cedeu para 13,210% (-5 pontos-base) às 13h05, já após os comentários de Galípolo.

"O comunicado (do Copom) foi duro, a ata foi dura, e o relatório colocou no horizonte relevante uma inflação de 3,2%, enquanto o mercado esperava por 3,1%", comentou durante a tarde o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research.

"Mas houve um esforço do Galípolo em ancorar mais as expectativas nos dados econômicos", acrescentou, ao justificar a perda de força das taxas na esteira dos comentários do presidente do BC.

O cenário político também seguiu no foco.

Na quarta-feira, o estresse político causado pela candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL) à Presidência impulsionou as taxas dos DIs de tal forma que a curva passou a precificar uma probabilidade majoritária de o BC manter a Selic em 15% em janeiro. Anteriormente, a precificação indicava chances maiores de corte de 25 pontos-base.

Nesta quinta-feira, uma pesquisa AtlasIntel para a Bloomberg indicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém a liderança de intenções de voto nos cenários para a eleição presidencial de 2026, enquanto Flávio tem desempenho melhor que o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nas simulações de primeiro turno.

No entanto, em entrevista ao Valor, o presidente da federação União Brasil-Progressistas, senador Ciro Nogueira (PP-PI), afirmou nesta quinta-feira que o nome de ‌Tarcísio -- candidato preferido do mercado -- não está sepultado. Ciro defendeu que o cenário eleitoral seja reavaliado em março, para verificação da viabilidade de Flávio.

Profissionais ouvidos pela Reuters afirmaram que o comentário de Ciro foi bem recebido, ajudando a desinflar a curva de juros.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries cediam neste fim de tarde, após a inflação ao consumidor nos EUA em novembro ficar abaixo do esperado, elevando as apostas de corte de juros pelo Federal Reserve em janeiro.

Às 16h41, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- caía 3 pontos-base, a 4,122%.

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