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Cobre se tornou ainda mais importante com a onda verde que chegou para ficar

Além das conhecidas qualidades do cobre, como a condutividade elétrica, ele tem a vantagem de ser facilmente, e por inúmeras vezes, reciclável

8 dez 2021 - 04h10
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É ancestral o uso e a importância do cobre na vida humana. Por sua resistência e capacidade de amolecer quando aquecido, foi o primeiro metal "domesticado" para a confecção de armas e utensílios. Agora, com a onda verde que chegou para ficar e que tem o cobre como material-base para a produção energética limpa, somada à crise da globalização das cadeias produtivas, a importância desse metal na nossa vida se torna ainda maior.

O ritmo de crescimento da demanda pelo cobre dobrou o preço do metal no último ano e tem se sustentado, mesmo com a atual desaceleração chinesa, em patamares em torno de US$ 9,5 mil a tonelada.

Em 2022, teremos no Brasil uma produção equivalente a 300 mil toneladas de cobre fino, fruto da mineração de várias empresas. O processamento do minério em cátodo certificado de cobre no Brasil é realizado pela única fundição e refinadora do País, localizada na Bahia, com capacidade de 300 mil toneladas, o que, somada à reciclagem de 70 mil toneladas ao ano, atende à totalidade da demanda nacional por cobre.

Ao fim desta cadeia de valor, temos um mercado sofisticado de empresas industriais fabricantes de motores e outros equipamentos, estado da arte em termos de eficiência energética e de alto valor agregado, que abastecem o mercado nacional e exportam para vários países do mundo.

Além das conhecidas qualidades do cobre, como a condutividade elétrica, ele tem a vantagem de ser facilmente, e por inúmeras vezes, reciclável. Com isso, vem crescendo seu reúso na produção industrial. Estima-se que o gap existente globalmente entre a oferta e a demanda por cobre está sendo, em ritmo lento, suprido pelo crescimento do processo de reciclagem. No Brasil, as indústrias de produtos de cobre vêm elevando o grau do material reciclado de cobre em seus processos produtivos.

Inovações em processos de reúso dos resíduos, fruto da mineração e da metalurgia, requerem também investimentos e parcerias com institutos de pesquisa. Inversões em controle das emissões e na gestão dos resíduos sólidos têm sido realizadas para atender às urgentes metas ambientais.

Os impostos, como em muitos setores, ainda impedem uma parte substancial da compra doméstica do minério por parte da metalurgia, impondo uma necessidade de importações que acabam sendo mais vantajosas economicamente, mas não aproveitam as sinergias logísticas existentes.

O papel de liderança do setor privado em parceria com o setor público em inovações, tributos e de crédito se torna fundamental para não abrirmos mão de mais uma cadeia produtiva essencial para o nosso desenvolvimento sustentável.

*CEO DA PARANAPANEMA S.

Estadão
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