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China não aceitará "chantagem" comercial dos EUA, diz mídia estatal

5 ago 2018 - 00h19
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A mídia estatal chinesa disse neste sábado que as tarifas de retaliação do governo sobre 60 bilhões de dólares em produtos dos Estados Unidos mostravam restrições racionais, enquanto acusaram o governo norte-americano de chantagem.

27/04/2018. REUTERS/Jason Lee
27/04/2018. REUTERS/Jason Lee
Foto: Reuters

Na noite de sexta-feira, o ministro das Finanças chinês revelou tarifas adicionais sobre 5207 bens importados dos Estados Unidos, com alíquotas adicionais entre 5 e 25 por cento do valor total dos produtos, menos da metade do que foi proposto pelo governo do presidente norte-americano Donald Trump.

A resposta segue a proposta do governo Trump de uma tarifa de 25 por cento sobre 200 bilhões de dólares de importações chinesas.

"As contramedidas da China são racionais", disse o Global Times, um tablóide dirigido pelo oficial Diário do Povo, em um comentário.

"A China não irá se apressar para competir com números dos Estados Unidos", disse a publicação, ecoando comentários feitos pelo canal televisivo estatal.

Os EUA e a China implementaram tarifas de 34 bilhões entre seus bens em julho. É esperado que Washington em breve implemente tarifas sobre mais 16 bilhões de dólares em bens chineses, sobre as quais a China já disse que irá corresponder de maneira imediata.

"A pressão extrema da Casa Branca e a chantagem já estão claras para a comunidade internacional", dizia um comentário do canal estatal. "Tais métodos de chantagem extrema não irão afetar a China."

A China até agora já impôs ou propôs tarifas sobre 110 bilhões em produtos norte-americanos, representando a vasta maioria das importações anuais da China sobre produtos dos EUA. No ano passado, a China importou 130 bilhões em bens daquele país.

"Os Estados Unidos têm repetidamente recorrido à táticas de enganação, tentando forçar a China a ceder, tanto superestimando seu próprio poder de barganha como subestimando a determinação chinesa e sua habilidade de defender sua dignidade nacional e os interesses de seu povo", disse um editorial da agência de notícias oficial Xinhua.

O Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, no entanto, continuava decidido sobre a investida de Washington por condições comerciais mais justas com a China.

"O presidente Trump herdou um regime comercial injusto onde os trabalhadores e empresas norte-americanas não estavam sendo tratados de maneira recíproca ou justa pelos chineses, e os esforços do governo Trump têm a intenção de acertar isso, de corrigir isso", disse Pompeo a jornalistas em paralelo a um fórum regional em Cingapura.

Pompeo acrescentou que havia discutido questões comerciais com o conselheiro estatal chinês Wang Yi na sexta-feira.

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