Cerrado e caatinga podem ter produção integrada
Tecnologia permite unir agricultura, pecuária e preservação de matas nativas, sem degradar o solo
Produtores rurais e técnicos agrícolas de oito Estados nordestinos terão até quinta-feira, em Sobral (CE), uma programação voltada para o aprendizado de tecnologias sobre sistemas de integração lavoura-pecuária-caatinga. De 1º a 4 de setembro, será a vez dos produtores do Piauí e Maranhão, com o sistema lavoura¿pecuária¿cerrado, com curso em trabalhos de campo.
Os cursos no Ceará serão promovidos pela Embrapa Caprinos e Ovinos, desenvolvido pela Embrapa em conjunto com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), sindicatos rurais e uma rede de parceiros locais em 16 unidades técnicas em todo o Nordeste.O sistema integrado utiliza áreas de 10 hectares, sendo 20% de área de exploração agrícola, 20% de área florestal nativa e 40% destinados à pecuária. O método torna as atividades agropecuárias sustentáveis, preservando espécies nativas de caatinga, redução da degradação e recuperação da fertilidade do solo.
"No Nordeste, a agricultura familiar tem utilizado técnicas tradicionais que provocam desmatamento e superpastejo ¿ uso de mais animais do que a capacidade de alimento. Os sistemas de integração garantem a produção de forma sustentável, tanto no aspecto ambiental como no social. No ambiental, por ser uma alternativa que preserva solo e vegetação. No social, por garantir viabilidade econômica para sustento da população rural", ressalta a engenheira agrônoma Mônica Matoso, pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos na área de Sistemas Agroflorestais.
Em setembro, a integração se dará com as florestas de cerrado, tecnologia que permite a produção, numa mesma área, de grãos, carne, leite, fibras, energia e madeira. Os eventos resultam de parceria entre a Embrapa Meio-Norte, Embrapa Transferência de Tecnologia, empresa Bunge, Fazenda Santa Luzia e Fazenda Nova Zelândia.