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Centauro vai usar recursos do IPO para novas lojas e amortização de dívida

18 fev 2019 - 20h37
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A varejista Centauro, de artigos esportivos, vai utilizar os recursos da sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) para abrir novas lojas e reformar as atuais e ainda amortizar parte de sua dívida, conforme informa o grupo SBF, dono da companhia, em prospecto preliminar da operação. A captação também visa a, de acordo com o documento, reforçar o capital de giro do grupo e ainda investir em iniciativas para fortalecer o modelo de negócios Omnichannel, venda integrada entre diferentes canais.

O grupo SBF, dono da varejista Centauro, de artigos esportivos, protocolou pedido junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na última sexta-feira, para listar ações na bolsa em mais uma tentativa de abrir capital. Como o prospecto da abertura de capital, em sua nova tentativa de listar ações na bolsa brasileira, ainda é preliminar, não consta o cronograma de sua oferta nem os acionistas vendedores. No entanto, é conhecida no mercado a intenção da gestora GP Investments, que detém certa de 36% da companhia por meio da Naomi Participações, de vender sua fatia ou parte dela.

No início do ano passado, a companhia tentou emplacar uma captação de R$ 700 milhões, mas optou por adiar a operação após não chegar em um consenso com os investidores. Na ocasião, o mercado cobrava da varejista números melhores para comprar seus papéis, conforme noticiou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, na época.

O resultado consolidado de 2018 mostra que a Centauro conseguiu sair do vermelho. A empresa reverteu prejuízo de R$ 59,5 milhões em 2017 em um lucro líquido de R$ 148,7 milhões no ano passado. Além disso, a varejista entregou receita líquida de R$ 2,275 bilhões em 2018, cifra 15,6% maior ante o exercício anterior.

A geração de caixa, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da Centauro foi a R$ 260,7 milhões no ano passado, elevação de 32% contra 2017. Já a dívida líquida da Centauro diminuiu de R$ 456,7 milhões em 2015 para R$ 115,8 milhões ao final de 2018.

Dentre os riscos inerentes à sua operação, a Centauro lembra, no prospecto, que é "altamente dependente" dos seus centros de distribuição e dos centros de transferências. "Qualquer interrupção ou falha na operação de nossos centros poderá nos causar um efeito adverso", destaca. Atualmente, a empresa possui três centros de distribuição e dois centros de transferências localizados nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil.

A varejista também cita eventuais falhas da integração dos seus canais de venda no âmbito da estratégia omnichannel e a dificuldade de crescimento de forma orgânica. Outro ponto de atenção é sua necessidade de maior capital de giro, considerando o caráter sazonal do seu negócio.

A Centauro, que afirma ser a maior varejista de produtos esportivos da América Latina, atua por meio de uma plataforma omnichannel e multicanal, com operações integradas em todos os canais: lojas físicas, site (desktop e mobile) e aplicativo mobile. O grupo SBF está presente no mercado varejista, através da marca Centauro, há 38 anos. Possui 192 lojas distribuídas em 97 cidades de 23 dos 26 Estados do Brasil e no Distrito Federal.

As lojas físicas foram responsáveis por 84% da receita líquida da Centauro no ano passado contra 75% em 2017 e 72% em 2016. "Em 2018, considerando nossa receita líquida proveniente de lojas físicas, a companhia estima que sua participação no segmento de lojas físicas de varejo esportivo no território brasileiro foi de 5,5%, comparado com 4,9% e 5,2% nos exercícios sociais de 2016 e 2017, respectivamente", informa a varejista, no prospecto preliminar de sua oferta.

O IPO da Centauro será coordenado pelos bancos Bradesco BBI, na condição de líder, ao lado de Itaú BBA, BTG Pactual, Goldman Sachs, BB Investimentos e Credit Suisse.

O mercado de ações brasileiro deve ser aberto este ano pela oferta (follow on) do IRB Brasil Re para dar saída ao Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc), que detém uma fatia de 8,9% da companhia e é administrado pela Caixa Econômica Federal. A precificação da operação está agendada para o dia 26 de fevereiro.

Estadão
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