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Inspirado em histórias, designer da Hyundai fala do HB20

Responsável pelo sucesso do carro no Brasil, Casey Hyun brinca ao dizer que não gostaria de ser o responsável pelo novo projeto, pois seria muito difícil superar o primeiro

29 out 2014 - 15h07
(atualizado em 30/10/2014 às 09h17)
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Casey Hyun começou desenhando designs para celulares e hoje é chefe da área na Hyundai
Casey Hyun começou desenhando designs para celulares e hoje é chefe da área na Hyundai
Foto: Divulgação

Casey Hyun é nada mais nada menos que chefe de design da Hyundai. O jovem australiano ficou famoso no Brasil por ter sido o “desenhista” do HB20, modelo da montadora que bateu recordes e ganhou dezenas de prêmios no País. Responsável por observar a identidade do design, Casey foi um dos cabeças da chamada “escultura fluída” que a gigante coreana adotou na linha de desenhos de seus modelos. A própria expressão reflete a noção de continuidade e movimento desejada nos carros da Hyundai.

Atualmente, a Hyundai passa por uma transição de ideias quando fala-se em design. E Casey é um dos responsáveis por essa evolução. Inspirados na natureza, a escultura fluída passará para a chamada escultura fluída 2.0 e, segundo a montadora, irá se transformar em "obra de arte".

"O cara" dos desenhos da companhia bateu um papo com a reportagem do Terra e, quando questionado sobre a possibilidade de desenhar a próxima geração do HB20, chegou a afirmar, brincando, que não gostaria de ser o escolhido para o trabalho, já que será muito difícil melhorar o modelo e fazer com que ele tenha o mesmo sucesso nas vendas que o atual.

Confira a entrevista na íntegra:

Terra: Qual a estratégia dos coreanos para seduzir os ocidentais pelo design?

Casey Hyun: Eu acho que é mais do que um design coreano. O design tem uma história. Nós tentamos criar grandes histórias, como grandes filmes, com começo e fim, uma história genuína. Foi uma estratégia da Hyundai. Não é uma coisa que é uma tendência de 2014 ou de 2020. Desde o começo tivemos essa preocupação de contar essa história com uma consistência. Isso não é design coreano.

Modelo do HB20 exposto no Salão do Automóvel é transição para escultura fluída 2.0
Modelo do HB20 exposto no Salão do Automóvel é transição para escultura fluída 2.0
Foto: Divulgação
Terra: Então nos conte uma história sobre um dos designs

Casey Hyun: Nós falamos sobre a escultura fluída, que é inspirada na natureza. Usar o trabalho, a manufatura para transformar isso numa obra de arte. Por exemplo, o Sonata, que foi o primeiro carro a ser projetado com o conceito de escultura fluída. Ele tem essa linha que vem da ponta do carro até o fim. É uma marca do Sonata. Essa linha foi inspirada na folha da orquídea, que é longa, dá a impressão que é frágil, mas não é. Ela é forte o bastante para conseguir não quebrar. Essa é uma das histórias. A orquídea dá essa leveza. E no caso do HB20, a história que é para contar foi essa quantidade de pessoas que formam o Brasil. Você tem italianos-brasileiros, japoneses-brasileiros, coreanos-brasileiros. Todas essas culturas juntas no Brasil e convivendo muito bem gera uma energia muito positiva. O HB20 tentou captar em suas linhas essa energia positiva que é típica do povo brasileiro.

Comercial da Hyundai durante o Super Bowl:
Terra: O que te inspira a fazer os designs da Hyundai?

Casey Hyun: Eu busco um design que se traduz em movimento mesmo quando não está em movimento. O design dá essa sensação de velocidade, movimento. O carro está estacionado 95% do tempo e é aí que busco o design que dê essa impressão. Quando ele está parado tem que continuar dando essa sensação de movimento.

Terra: Quais serão as novidades para o próximo modelo do HB20? Terão muitas mudanças?

Casey Hyun: O HB20, para ser honesto, não quero fazer de novo. Foi um grande sucesso e é muita pressão para mim. O carro ficou tão bom e foi um sucesso muito grande e vai ser um desafio muito grande melhorá-lo. É uma piada...Essa geração do HB20 é uma criança e a próxima criança vai ser um adolescente, um pouco mais maduro, um pouco mais elaborado. É assim que vejo. É como quando você vai do ginásio para o colegial, é um ano só de diferença, mas há uma diferença. Ele se veste, ele pensa e ele fala de maneira diferente. Quero que as pessoas vejam que é um carro mais maduro, mais elaborado. As pessoas ainda vão identificar que é o HB20. Mas, se eu fizer o HB20 novamente, seria um fracasso, porque tem tanta gente competente que esse seria o melhor caminho.

Terra: Você esperava que esse sucesso acontecesse no Brasil com o HB20?

Casey Hyun: Eu estava confiante no começo, porque eu sabia que era um projeto honesto de um carro verdadeiramente brasileiro. Mas é como uma pessoa esperando o resultado do exame. Até você saber, não tem certeza. Eu tinha um bom feelling (sensação). Quando houve o lançamento e soube que o carro tinha sido recebido com muito sucesso, então eu pude ter a confirmação de um projeto vencedor.

Fonte: Terra
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