Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Carro não é vilão, mas precisa achar seu espaço na nova era

Nos últimos anos, o número de carros vendidos reduziu muito. E isso tem uma razão.

5 abr 2022 - 01h00
Compartilhar
Exibir comentários
Foto: Adobe Stock

A discussão sobre a mobilidade do futuro é, acima de tudo, sobre integração entre diversas opções de transporte que tornam a jornada das pessoas mais fácil e conveniente. Dentre tais modais, um deles suscita debates em particular: o carro. Divisor de opiniões, entendo que não é possível (nem desejável) pensar em uma cidade em que eles não existam, mas seguramente é fundamental revisarmos o espaço que ocupam no ecossistema de mobilidade urbana. 

Desde a segunda metade do Século 20, o protagonismo dos carros na mobilidade urbana é evidente. Contudo, diversas cidades recentemente vêm implementando iniciativas importantes para reduzir o seu uso, desde pedágios urbanos até restrição de vias e de velocidade. Os motivos para essas mudanças passam por questões econômicas e ambientais. 

Em primeiro lugar, podemos perceber globalmente uma redução na compra de veículos novos. Nos últimos anos, o número de carros vendidos reduziu muito, principalmente na Europa, enquanto serviços de compartilhamento de carros seguem crescendo. 

O benefício é óbvio: mais flexibilidade e economia. Afinal, manter um carro tem custos que vão além do combustível e, na maior parte do nosso tempo, não estamos efetivamente dirigindo ou nos deslocando. A posse de um carro é vista pelos mais jovens, inclusive, como um luxo dispensável, o que reforça uma mudança no comportamento que promete ser longa. 

Além disso, a questão energética é especialmente sensível: atualmente nada contribui mais para a poluição urbana do que o transporte. O uso intensivo de gasolina e diesel, combustíveis de origem fóssil, é comprovadamente um elemento agravador das mudanças climáticas, pauta crítica de discussão de governos ao redor do globo. 

Não à toa, o desenvolvimento de carros elétricos tornou-se fundamental para as montadoras, que ano após ano, apresentam novos modelos e investem na promoção da infraestrutura necessária para uma frota extensa de carros elétricos. 

Se para a era da nova mobilidade o carro não é visto como o herói, como foi visto durante décadas, tampouco me parece correto enxergá-lo como um vilão, ou seja, um elemento que coloca em risco as cidades sustentáveis. Em evento recente sobre a Mobilidade do Futuro, pude discutir sobre o papel do carro com representantes de Nova York, Munique e Pequim. 

Os investimentos em carros elétricos, que são menos poluentes, têm aumentado ano após ano e mesmo as montadoras já começaram a desenvolver seus serviços de aluguel de carros, dado que cada vez mais pessoas preferem este tipo de serviço. 

Ao mesmo tempo, em cidades com altíssima proporção de viagens feitas por carros, o espírito já é outro: o carro tornar-se um auxiliar para o meio de transporte massivo, como ônibus e metrô, em especial em regiões mais distantes dos centros, estes geralmente mais densos, onde a disputa por espaço exige eficiência maior. Para tal, a construção de estacionamentos que funcionam como terminais intermodais tem sido importante para facilitar a adesão: centros mais restritos aos carros exigem conexões mais bem desenhadas dentro do ecossistema de transporte.

É evidente que o cenário brasileiro, principalmente, o paulistano difere bastante daquele vivido em Munique, Nova York ou Pequim: a desigualdade entre o centro e a periferia da cidade torna a discussão de mobilidade por aqui também uma discussão de acessos. E, no caso de São Paulo, o carro mais do que nunca, acaba se tornando um artigo de luxo – que a mobilidade não pode depender, mas pode se beneficiar também para a inclusão. 

Nesse sentido, o principal novo papel do carro é conectar novas áreas aos centros urbanos por meio da integração aos modais massivos, uma função da qual ele pode ser eficiente – ainda mais sendo elétrico. 

A nova mobilidade se beneficia da integração, afinal as demandas das pessoas são tão diversas quanto elas mesmas e as necessidades mudam de acordo com a ocasião. Aplicativos que promovem esta integração e de forma eficiente, como a Quicko, se baseiam nas necessidades ocasionais para sugerir o melhor modal e, nesse contexto, o carro é um meio de transporte importante, mas de uma nova forma: sob demanda e elétrico, ou seja, mais acessível, flexível e sustentável. Para as cidades do futuro, precisamos de colaboração e nesse sentido, superar a ideia de que um protagonista é chave.

(*) Pedro Somma é CEO da Quicko.

Homework Homework
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade