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Carne suína: produtores europeus e sul-americanos ampliam vendas para a China

18 out 2018 - 20h32
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Chicago, 18 - Fornecedores europeus e sul-americanos de carne suína estão ampliando suas vendas para a China, um reflexo das tarifas impostas pelo país asiático contra o produto norte-americano. Por causa da disputa comercial entre Washington e Pequim, a tarifa sobre a carne suína norte-americana chegou a 70%. Além disso, um surto de peste suína africana na China impulsionou a demanda chinesa pelo produto importado.

A ElPozo Alimentación, uma das maiores processadoras de carne suína da Espanha, começou a receber mais ligações de frigoríficos chineses em setembro. John Hickin, gerente de vendas da ElPozo para a Ásia, disse que processadores na China temem uma redução da oferta doméstica, uma vez que milhares de animais estão sendo sacrificados para conter a propagação da peste suína africana, uma doença fatal para suínos mas que não afeta humanos.

Na Argentina, autoridades do governo estão tentando fechar um acordo para exportar carne suína para a China até o fim do ano, disse Guillermo Proietto, representante da cooperativa Argen Pork.

Perto de Talca, no Chile, Pablo Alvarez se levanta por volta das 5h para responder a um número cada vez maior de mensagens de texto, emails e mensagens de voz de compradores chineses. Alvarez cuida das exportações da Coexca, segunda maior processadora chilena de carne suína.

Esses exportadores reconhecem, no entanto, que a prioridade dos chineses é preço, e que o jogo pode virar caso as disputas comerciais entre EUA e China se resolvam. "Quem sabe quanto tempo vão durar os problemas entre a China e os EUA?", disse Hendrik Voigt, da empresa alemã de comercialização de carne Vimex. "Isso pode acabar muito rápido, caso as eleições nos EUA não favoreçam Trump."

Apesar das tarifas, frigoríficos americanos continuam oferecendo seus produtos a compradores chineses. A Federação de Exportação de Carne dos EUA, que promove as carnes suína e bovina do país no exterior, disse estar fazendo o possível para evitar que seus membros percam muita participação no mercado chinês. O grupo espera que as tarifas sejam temporárias, e em reuniões com compradores chineses vem enfatizando a qualidade do produto norte-americano. Em 2018 até agora, as exportações dos EUA para a China caíram 25% na comparação anual. Fonte: Dow Jones Newswires.

Estadão
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