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Campos Neto diz que BC não terá 'superapp' nem tem a função de fazer 'marketplace de finanças'

Presidente do Banco Central também defendeu durante evento maior transparência no mercado de sites de apostas

7 fev 2024 - 22h40
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BRASÍLIA E SÃO PAULO - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quarta-feira, 7, que a autoridade monetária não irá lançar nenhum "superapp" próprio que agregue serviços de instituições financeiras. Ele repetiu que esse é um trabalho para os bancos.

"Não é função do BC fazer marketplace de finanças. A nossa função é colocar todas as ferramentas e processos à disposição para que o mundo privado faça e desenvolva seus super apps", afirmou, em palestra no evento Blue Connections, promovido pelo Meio & Mensagem.

Em novembro do ano passado, durante um evento nos Estados Unidos, o presidente do BC afirmou que o Open Finance, sistema que vai permitir o compartilhamento de informações financeiras dos clientes, deve acabar com a necessidade de os usuários terem aplicativos de diferentes bancos brasileiros.

"Em até um ano e meio, dois anos, não terá mais app de Bradesco, Itaú. Será um app agregador que, pelo Open Finance, vai dar acesso a todas contas", disse durante o evento organizado por estudantes brasileiros, em Chicago.

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central
Foto: ALEX SILVA / ESTADÃO / Estadão

Na ocasião, ele afirmou que a aceitação dos brasileiros ao Open Finance foi rápida, com algo entre 50 a 60 milhões de pessoas aderindo ao sistema mesmo antes de ter acesso aos benefícios da inovação. "Open Finance gera portabilidade e comparabilidade em tempo real. O nosso é o mais amplo e programável do mundo", enfatizou.

A fala repercutiu e gerou mal-estar no setor, diante dos fortes investimentos que os bancos têm feito em seus próprios sistemas.

Na terça-feira, 6, o presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, disse que a fala de Campos Neto foi mal-interpretada. Ele afirmou que o BC não disputa clientes com os bancos e não terá um aplicativo próprio para pessoas físicas.

Segundo o executivo, o que o chefe do BC quis dizer foi que, dentro do aplicativo de um banco, o cliente poderá fazer operações em outras instituições.

De acordo com Maluhy, o Itaú deve ter um "superapp" que dará um patamar de atendimento similar a clientes correntistas e não correntistas. Esta plataforma será fruto do projeto One Itaú, que quer remover as divisões entre as áreas internas do banco para que os clientes sejam vistos de forma única por todo o conglomerado. "Temos uma oportunidade com 15 milhões de clientes com que podemos evoluir a relação", afirmou ele.

Nesta quarta, Campos Neto também foi questionado sobre o crescimento do mercado de sites de apostas, mas disse conhecer muito pouco sobre a atividade. Ele avaliou que esse mercado está crescendo e faz pessoas se digitalizarem. "Tem uma parte de esse mercado ser regulado, tributado e transparente, e isso tem avançado. Quando mais transparência houver, mais as pessoas vão consumir esse produto", comentou./Com Matheus Piovesana

Estadão
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