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BNDES vai antecipar dívida com Tesouro em 10 a 15 anos

Desde 2016, banco tem antecipado pagamentos a pedido do governo, que precisou reforçar o caixa apertado

11 jun 2018 - 11h40
(atualizado às 22h34)
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BRASÍLIA - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) antecipará em 10 a 15 anos o prazo final para o pagamento de dívidas com o Tesouro Nacional. De acordo com o presidente do banco, Dyogo Oliveira, o saldo devedor poderia ser quitado até 2060, mas a antecipação desse prazo está sendo negociada com o governo.

Após o pagamento de mais R$ 100 bilhões em 2018, o BNDES ainda terá R$ 250 bilhões a serem quitados. "Estamos negociando com o Tesouro para reduzir esse prazo. Os pagamentos eram concentrados nos últimos cinco anos, estamos acertando um processo mais linear de devolução", afirmou nesta segunda-feira, 11.

Desde 2016, o BNDES vem antecipando pagamentos ao Tesouro a pedido do governo, que precisou reforçar o caixa apertado. Nos últimos dois anos, foram pagos R$ 150 bilhões. Neste ano, já foram devolvidos R$ 30 bilhões e outros R$ 100 bilhões serão pagos até agosto, o que será essencial para o Tesouro cumprir a chamada "regra de ouro", que impede que o governo se endivide acima do patamar que investe.

Para 2019, no entanto, Oliveira disse que o montante a ser pago será bem menor. "Para 2019, a lógica é o fluxo normal de pagamentos que iria até 2060."

Venda de empresas. Durante seminário no Tribunal de Contas da União (TCU) , Oliveira reforçou ainda que a estratégia do BNDES agora é vender participação em empresas maduras e focar nas iniciantes. Ele disse que o banco tem em "processo de desinvestimento" todas as empresas de sua carteira. "Não posso falar quem está mais perto (de ser vendida) porque isso desvaloriza ativos, mas a estratégia está bem definida."

A meta do banco é vender R$ 10 bilhões em participações neste ano, dos quais 40% já foram cumpridos. Esse valor não inclui a operação que resultou na venda da Fibria para a Suzano, feita em março, que rendeu R$ 8,5 bilhões ao BNDES. Oliveira avaliou que o resultado das participações do banco de fomento em empresas tem sido muito satisfatório - ele citou como exemplo a valorização da participação do banco na Eletropaulo de mais de 200%.

No mesmo evento, o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, disse que, no cenário atual de juros baixos, o BNDES terá de assumir mais riscos para promover o mercado de capitais brasileiro. "Se reforçarmos as medidas necessárias para que continuemos com inflação baixa e taxa de juros baixa, podemos ter uma revolução no mercado de capitais. Não sabemos o potencial que esse mercado pode alcançar", acrescentou.

Oliveira afirmou que investir em empresas iniciantes implica mais riscos, mas ressaltou que a inadimplência do banco, hoje em 1,6%, é a mais baixa do mercado.

Estadão
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