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Bancos estrangeiros veem BC mais "hawkish" e elevam projeções após comunicado do Copom

6 mai 2021 - 11h51
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Os juros brasileiros devem agora subir mais rápida ou agressivamente, de acordo com uma série de grandes bancos globais, depois que o Banco Central deu um tom "hawkish" (duro com a inflação) ao comunicado que acompanhou sua decisão de elevar os custos dos empréstimos pela segunda vez consecutiva.

Fachada do Banco Central, em Brasília
16/05/2017
REUTERS/Ueslei Marcelino
Fachada do Banco Central, em Brasília 16/05/2017 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

Morgan Stanley e BNP Paribas elevaram suas estimativas de Selic para o fim de 2021, enquanto Citi, Bank of America e Rabobank mantiveram suas previsões, mas agora preveem um ritmo mais rápido de aperto monetário, enquanto o Barclays disse que pode revisar suas previsões na próxima semana.

O aumento de 75 pontos-base na taxa Selic, para 3,50% ao ano, havia sido sinalizado pelas autoridades do BC e foi previsto por todos os 29 economistas consultados em pesquisa da Reuters.

Mas o tom do comunicado que acompanhou a decisão foi "hawkish", notavelmente o comentário de que não há compromisso firme com um processo de "normalização parcial" e que "os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação".

"Agora acreditamos que (o Banco Central) terá que promover uma normalização total e aumentar os juros para 6,5% em 2021, contra nossa previsão anterior de 5,0%", escreveram o economista do BNP Paribas Gustavo Arruda e sua equipe em relatório com data de quinta-feira.

"Levando em consideração o ambiente de inflação mais desafiador, esperamos agora duas altas de 75 pontos-base em junho e agosto e três altas de 50 pontos-base em setembro, outubro e dezembro", disseram.

Economistas do Morgan Stanley elevaram sua previsão de Selic para 5,50%, de 5,00% anteriormente, enquanto a projeção para 2022 subiu a 6,50%, ante 6,00%.

Mauricio Une, do Rabobank, manteve sua previsão de mais 200 pontos-base de aperto neste ano, mas agora espera que isso aconteça dentro de três reuniões de política monetária, em vez de quatro.

Leonardo Porto, do Citi, disse que aguardará mais dados econômicos sólidos e a ata da reunião de política monetária para ter ideia mais clara de quanto tempo o Copom permanecerá com seu "processo de normalização parcial", mas "reconhecemos os riscos crescentes de uma taxa de juros mais alta".

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