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Banco Central sinaliza que pode subir juros no curto prazo

25 nov 2015 - 21h03
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O Banco Central manteve a Selic em 14,25% nesta quarta-feira (25), mas sinalizou que pode retomar o ciclo de alta dos juros em 2016 diante do aumento das expectativas de inflação do mercado.

Na quarta-feira o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) atualiza o patamar da taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano
Na quarta-feira o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) atualiza o patamar da taxa Selic, atualmente em 14,25% ao ano
Foto: Connectionconsulting /Flickr / O Financista

"O Banco Central veio com um comunicado bastante diferente, com um tom mais conservador. Ele sinalizou que é grande a probabilidade de novo ciclo de aperto monetário no início do ano que vem", diz Tatiana Pinheiro, economista sênior do Santander.

A projeção do banco é manutenção de Selic em 2016, mas que deve ser alterada para a estimativa de uma alta dos juros no curto prazo. Segundo Tatiana, o banco vai esperar a ata da reunião na semana que vem para mudar a projeção. "Vai ficar mais claro com a ata em quanto o BC está pensando em aumentar os juros", diz a economista.

O comunicado do Copom (Comitê de Política Monetária) veio totalmente diferente da reunião de outubro, muito mais lacônico, e mostrou uma rara divisão entre os membros do BC, com dois diretores votando por um aumento de 0,5 ponto percentual na Selic: Sidnei Corrêa Marques (Organização do Sistema Financeiro) e Tony Volpon (Assuntos Internacionais).

O documento não fala mais em manutenção da Selic "por período suficientemente prolongado" e apenas diz que manteve os juros "avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação".

Para Ignacio Crespo Rey, economista da Guide Investimentos, o mercado já esperava que o comunicado viesse com um tom mais conservador dada a desancoragem das expectativas de inflação nas última semanas, mas avalia que o tom foi ainda mais duro. "Há 16 semanas, as expectativas para o IPCA sobem, era previsível que o BC iria se mostrar mais reativo. Mas o tom foi mais duro que se esperava", diz Rey.

Mesmo avaliando que aumentou a probabilidade de o BC subir a Selic no curto prazo, a Guide mantém a sua estimativa de que a taxa de juros vai continuar estável em 2016. Segundo Rey, o BC continua com as mãos atadas esperando uma definição sobre a questão fiscal do país.

A expectativa é de que o mercado de juros futuros se ajuste à sinalização de um BC mais conservador austero, segundo Tatiana, do Santander. Segundo ela, deve haver uima alteração relevante nos contratos com vencimentos mais curtos nesta quinta-feira (26).

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