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Artesã ganha mercado com bolsa artesanal de lona

11 out 2012 - 07h57
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Cada mancha conta uma história. Foi com essa ideia que Gabi Gonçalves criou a Maria Buzina, marca de bolsas artesanais feitas com lona de caminhão. O que começou com vendas para amigos e conhecidos, em 2003, hoje se tornou uma marca reconhecida no mundo da moda - e exportada para vários países.

Gabi Gonçalves criou a Maria Buzina, marca de bolsas artesanais feitas com lona de caminhão, com a ideia de que cada mancha conta uma história
Gabi Gonçalves criou a Maria Buzina, marca de bolsas artesanais feitas com lona de caminhão, com a ideia de que cada mancha conta uma história
Foto: Divulgação


Gabi já fazia artesanato para venda desde nova. Quando ainda estudava Artes Plásticas, passou por uma loja em sua cidade, Juiz de Fora (MG), e ficou encantada com o tecido de couro. Queria fazer uma bolsa com aquele material, mas não sabia como. "Comecei a perceber que não era tão fácil e fui aprendendo com a minha curiosidade", conta.



Sua primeira criação logo chamou a atenção de uma amiga. Ela gostou tanto da bolsa que fez Gabi voltar para casa com seus pertences em uma sacola plástica. A partir daí, passou a fazer peças e a vender para conhecidos.



Do couro para a lona foram apenas alguns meses. Gabi encontrou um loneiro que vendia o material em uma loja de couro. "O pessoal da faculdade gostava muito, isso me incentivou bastante", diz.



Neta e bisneta de caminhoneiros, as lonas manchadas traziam recordações de seu avô. "As marcas no tecido me lembravam das queimaduras do seu corpo. As marcas na lona contam uma história, como as marcas dele contavam a dele", afirma.



O nome Maria Buzina só surgiu com convite para a Babilônia Feira Hype, no Rio de Janeiro, em 2004 - um ano após começar a produção. Ela precisava de uma marca. O nome remete a quando o caminhoneiro volta para casa e buzina para a família. "Maria" veio de sugestão de um amigo, para deixar o nome mais forte.



As bolsas fizeram sucesso na feira. "O fato de eu ter tirado as ideias da minha imaginação, sem referência de tendências, fez com que o produto tivesse uma identidade própria, fosse um produto novo." Na época, a sustentabilidade não era a palavra corrente que é hoje. "Não fiz pensando nisso. A minha educação foi sustentável, então como consequência o produto também foi", afirma.



Os produtos inovadores e a característica comunicativa de Gabi lhe ajudaram a conseguir contatos, inclusive internacionais. Hoje, a marca é vendida em lojas da capital e do interior de São Paulo, no Rio de Janeiro, na Bahia, em Santa Catarina e também internacionalmente, para a Alemanha, Japão, Portugal e Estados Unidos.



A maior parte das vendas vem da internet - o que representa 95% delas. "No site, vendemos bastante porque até as vendas de atacado são pela internet. Eu até tinha uma loja, mas tomava muito tempo e as vendas não eram significativamente grandes", diz.



No futuro da Maria Buzina, estão em negociação a participação na Boston GreenFest, nos Estados Unidos, em 2013, e a venda de seus produtos para lojas do Reino Unido. "Hoje está na moda ser despojado, surrado. O nosso produto é assim, mesmo sem querer estar na moda", conta.



Produção artesanal

Atualmente, ela e a irmã, Carolina, são os dois únicos membros da empresa. Elas produzem até 100 peças por mês, o que gera um faturamento anual de R$ 80 mil. "Nossa produção tem um limite. Já tentamos contratar funcionários, mas não existe uma mão de obra que tenha o carinho e a dedicação que a gente tem", afirma. Elas mesmas compram, lavam, cortam e costuram as lonas, desenham e pintam as bolsas.



Para manter o caráter artesanal que é o diferencial da marca - e o tempo disponível de Gabi com suas duas filhas -, não há planos de expandir a produção das atuais peças. O desafio está em encontrar produtos que possam ser terceirizados - como adesivos e camisetas, - de maneira que o faturamento seja ampliado sem comprometer sua qualidade de vida. "Mas não penso em no futuro ter uma fábrica de tal tamanho. Penso, sim, em ter produtos novos para estar inserida no mercado." Para Gabi, há algo em sua marca além dos números. "Meu objetivo, como artista plástica, é ser uma referência para os caminhoneiros. Quero ser reconhecida na sociedade como alguém que fez alguma coisa diferente", diz.

Fonte: Cross Content
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