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Acordo cambial EUA-China não mudará dinâmica entre dólar e iuan, dizem especialistas

11 out 2019 - 08h46
(atualizado às 09h19)
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Um acordo cambial entre Estados Unidos e China, apresentado como um símbolo do progresso nas negociações comerciais desta semana entre as duas maiores economias do mundo, repetiria amplamente promessas anteriores da China, dizem especialistas, e não mudará a relação entre o dólar e o iuan, que tem sido uma pedra no sapato do presidente norte-americano Donald Trump.

REUTERS/Petar Kujundzic
REUTERS/Petar Kujundzic
Foto: Reuters

Tal acordo, no entanto, proporcionaria ao Tesouro dos EUA uma oportunidade de recuar do que especialistas de câmbio dizem ter sido uma declaração equivocada em agosto de que a China é uma "manipuladora de moedas", reduzindo o valor do iuan para obter "vantagens competitivas injustas no comércio internacional".

Pouco se sabe sobre a estrutura de um acordo cambial em que a Câmara de Comércio dos EUA disse que os negociadores norte-americanos e chineses estavam trabalhando na quinta-feira, nas primeiras negociações comerciais de alto nível desde julho, mas é amplamente esperado que inclua uma promessa de ambos os lados de evitarem desvalorizar suas moedas para obter vantagens comerciais competitivas.

Como membros do Grupo das 20 principais economias, os Estados Unidos e a China já concordaram com esses termos, começando em 2010.

Naquela época, considerava-se que China mantinha deliberadamente baixo o valor de sua moeda, altamente controlada. Mas essa intervenção mudou principalmente para aumentar o valor do iuan após uma forte desvalorização em 2015.

Não está claro como um pacto com os Estados Unidos pode mudar o comportamento de Pequim.

"Em essência, não vejo nada em um acordo cambial que causaria uma mudança significativa na atual dinâmica do mercado de câmbio iuan/dólar", disse Mark Sobel, ex-funcionário de longa data do Tesouro dos EUA e do Fundo Monetário Internacional, que hoje é chairman norte-americano do Fórum Oficial das Instituições Monetárias e Financeiras.

Myron Brilliant, chefe de assuntos internacionais da Câmara de Comércio dos EUA, disse que um acordo cambial provavelmente será acompanhado do cancelamento pelos Estados Unidos de uma alta tarifária planejada sobre 250 bilhões de dólares em importações chinesas, de 25% para 30%.

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