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Ações da Petrobras desabam 14% na bolsa brasileira

Empresa perde R$ 47 bi em valor de mercado após reduzir preço do diesel

24 mai 2018 - 13h44
(atualizado às 18h36)
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Sede da Petrobras no Rio de Janeiro 8/5/2018 REUTERS/Sergio Moraes
Sede da Petrobras no Rio de Janeiro 8/5/2018 REUTERS/Sergio Moraes
Foto: Reuters

As ações da Petrobras desabaram cerca de 14% na bolsa brasileira nesta quinta-feira, levando a perda de R$ 47 bilhões em valor de mercado da estatal, após a companhia reduzir o preço do diesel por causa dos protestos dos caminhoneiros, deixando investidores apreensivos com o risco de interferência política na petrolífera com controle estatal.

Os papéis preferenciais, sem direito a voto, mas com preferência na distribuição de dividendos, caíram 13,71% e fecharam a R$ 20,08. As ações ordinárias, com direito a voto, recuaram 14,55%, a R$ 23,20. Apesar da forte queda nos papéis, eles ainda acumulam valorização em 2018, de 25% e 37%, respectivamente.

O tombo das ações nesta quinta-feira levou a companhia a ter um valor de mercado de R$ 285,2 bilhões. Isso fez com que a Petrobras deixasse de liderar o ranking de valor de mercado da bolsa, com a Ambev recuperando o posto, com valor de mercado de R$ 319,6 bilhões.

Pressionada pelo governo, a Petrobras anunciou na quarta-feira à noite redução em 10% no valor do diesel nas refinarias a partir desta quinta-feira, por quinze dias, em uma decisão "excepcional" devido aos protestos dos caminhoneiros, que deve resultar em perda de R$ 350 milhões em receita para a companhia.

Em teleconferência com analistas nesta quinta-feira, o presidente-executivo da Petrobras, Pedro Parente, tentou acalmar agentes financeiros, sem êxito. Ele disse que não deixaria o comando da companhia na atual situação e que os planos de desinvestimento, desalavancagem e redução da dívida da empresa não devem ser afetados pela decisão da véspera.

"As regras do jogo mudaram", destacou o analista André Hachem, do Itaú BBA, que cortou a recomendação das ações preferenciais para 'market perform" e reduziu o preço-alvo para R$ 27 ante R$ 32, conforme relatório enviado a clientes.

O analista do Credit Suisse Regis Cardoso reduziu a recomendação para os ADRs (recibo de ação negociado nos EUA) para 'neutra', afirmando que os eventos recentes envolvendo a companhia trouxeram a "política técnica de preços da Petrobras para o debate político" e que ele teme um aumento dos riscos de interferência.

"Tudo o que precisa é uma pequena percepção de intervenção negativa", afirmou o analista Bruno Montanari, do Morgan Stanley, que também reduziu a recomendação do ADRs da empresa de 'overweight' para 'equal-weight' e ainda cortou o preço-alvo de US$ 15 para US$ 13.

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