Você sabia? O brilho de alguns doces vem de insetos
Existe relação direta entre a secreção de alguns insetos e o acabamento reluzente encontrado em diversos tipos de doces. Saiba mais!
Desde tempos antigos, o brilho característico de muitos doces sempre chamou atenção, especialmente em guloseimas como balas, chocolates e drágeas coloridas. O aspecto reluzente faz parte da atratividade desses produtos nas vitrines e embalagens, despertando a curiosidade sobre o que está por trás desse acabamento. A busca por respostas sobre os métodos utilizados para garantir essa aparência desperta debates e dúvidas entre consumidores em todo o Brasil.
Muitos se perguntam se componentes de origem inusitada estão presentes nessas guloseimas, levando a questionamentos sobre a procedência e os processos envolvidos na fabricação. A discussão gira em torno de ingredientes que, à primeira vista, parecem distantes do universo alimentar, mas contribuem para características específicas, como o brilho intenso e a textura suave da superfície.
Qual substância dá brilho aos doces industrializados?
Em geral, o brilho presente nos doces comercializados em grande escala possui uma justificativa tecnológica. A indústria alimentícia recorre a substâncias específicas para revestir a superfície dos alimentos, conferindo aparência atrativa e proteção ao produto. Dentre as mais utilizadas, destaca-se a goma-laca. Em inglês, ela é conhecida como shellac. Apesar do nome curioso, trata-se de uma resina natural extraída de secreções de insetos conhecidos como Kerria lacca, comuns na Ásia.
O processo de coleta da goma-laca envolve a raspagem dos galhos das árvores onde esses insetos depositam sua resina, que é posteriormente purificada. Após tratamento e processamento, essa substância se transforma no verniz utilizado em diversos setores, inclusive na alimentação. Sua principal função é criar uma camada brilhante que confere não só apelo visual, mas também serve como barreira protetora contra umidade e deterioração.
É verdade que o brilho dos doces vem de insetos?
Sim, existe relação direta entre a secreção de alguns insetos e o acabamento reluzente encontrado em diversos tipos de confeitos. A goma-laca, obtida com a ajuda dos insetos da espécie Kerria lacca, se tornou amplamente empregada como agente de brilho. Quando aplicada em balas, pastilhas e chocolates, forma uma película transparente e brilhante, comestível e aprovada por órgãos regulatórios como a Anvisa no Brasil.
Apesar de parecer inusitado, o uso dessa resina não apresenta riscos à saúde e é comum na produção industrial. Entretanto, algumas pessoas, em especial veganos e vegetarianos, optam por evitar consumir produtos com esse tipo de revestimento devido à sua origem animal. Para esses públicos, algumas empresas buscam alternativas vegetais, utilizando ceras extraídas de folhas, frutos ou sementes para atingir efeito semelhante.
Quais outros ingredientes podem ser usados no lugar da goma-laca?
Há alternativas à utilização da goma-laca na indústria. Entre as principais opções estão as ceras de carnaúba e candelila. Ambas são de origem vegetal e utilizadas para substituir ingredientes oriundos de secreção animal, especialmente em produtos indicados para pessoas com restrições ou preferências alimentares específicas.
- Cera de carnaúba: extraída das folhas de palmeiras encontradas no Nordeste brasileiro, é muito utilizada em balas, chicletes, frutas e até em medicamentos.
- Cera de candelila: obtida de arbustos típicos do México, não tem sabor e apresenta propriedades semelhantes à goma-laca.
- Açúcares e xaropes: em algumas receitas, misturas de açúcar, mel ou glicose são utilizados para dar brilho natural aos doces, especialmente em preparações artesanais.
Essas alternativas têm ganhado espaço conforme cresce a demanda por ingredientes de origem diferenciada e produtos aptos ao consumo de grupos específicos. Além disso, proporcionam variações no acabamento dos confeitos, contribuindo para a inovação no mercado.
O brilho dos doces pode trazer riscos à saúde?
O uso de goma-laca e ceras comestíveis é regulamentado por órgãos nacionais e internacionais. A Anvisa, no Brasil, estabelece limites e orientações para a quantidade adequada dessas substâncias nos alimentos, garantindo a segurança do consumidor. No entanto, é importante ficar atento a eventuais reações alérgicas e sempre verificar os rótulos caso existam restrições individuais.
Em resumo, o brilho de muitos doces industrializados realmente pode ter origem em secreções de insetos, como a goma-laca. Contudo, existem alternativas vegetais, e todas as substâncias legalmente utilizadas passam pelo crivo regulatório para garantir sua inocuidade. Mesmo sem emitir juízo de valor, é fundamental que a informação sobre os ingredientes esteja clara para possibilitar escolhas conscientes aos consumidores.