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Série 'The Good Doctor' é um alívio em época de negatividade, diz Freddie Highmore

Ator interpreta o protagonista Shaun Murphy, médico talentoso que tem autismo e síndrome rara

25 ago 2019 - 03h11
(atualizado em 26/8/2019 às 12h23)
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Inspirada em série homônima sul-coreana, The Good Doctor conta a história de um médico raro. Portador de autismo e síndrome de savant, Shaun Murphy (Freddie Highmore) é jovem, extremamente talentoso e capaz de fazer diagnósticos impossíveis. Isso não impede, no entanto, que sua capacidade seja colocada à prova a todo momento.

A história de Shaun começa muitos anos antes de sua chegada ao prestigiado Hospital San Jose St. Bonaventure. Ainda pequeno, foi vítima de bullying na escola. Em casa, o pai o criava com métodos abusivos, que escalaram até o assassinato de seu coelho de estimação. Então aos 14 anos, Shaun fugiu de casa e passou a viver em um ônibus abandonado com seu irmão, Steve, morto um pouco depois enquanto brincava em um prédio antigo.

Apesar dos elementos dramáticos, The Good Doctor não é uma série sem fé na humanidade. Para o intérprete de Shaun, Freddie Highmore, o programa é, na verdade, "cheio de esperanças". Em entrevista coletiva concedida a jornalistas da América Latina, o ator afirmou que The Good Doctor é um refresco para o público, em uma época em que 'muitas séries focam na 'negatividade'.

"O que eu mais gosto em Shaun é que ele é um personagem esperançoso, feliz, alegre. O otimismo dele é refrescante", afirma. "Eu sou bem mais cínico do que ele, mas acredito que o programa faz de mim uma pessoa muito melhor", brinca.

A construção do personagem não foi uma tarefa fácil, afirma o ator. Além de autismo, Shaun sofre de síndrome de savant, condição psíquica que une grande habilidade intelectual e déficit de inteligência. Uma das características da síndrome, por exemplo, é uma memória extraordinária, acompanhada de dificuldade para compreender algo que está sendo descrito.

No caso de Shaun, a síndrome de savant é uma bênção e uma maldição. Graças a ela, o médico é capaz de identificar padrões e fazer diagnósticos improváveis, mas corretos - e capazes de salvar vidas.

"Eu me preparei muito para interpretar o personagem", afirma Highmore. "Nós fizemos pesquisas no campo da literatura e assistimos a vários documentários", conta.

O ator destaca, no entanto, que nem tudo está representado na série. "Todos nós queremos tornar o programa o mais genuíno possível, mas ao mesmo tempo uma série nunca conseguirá representar todo um universo", explica. "Há diferenças entre as jornadas pessoais, e um programa que tenha um personagem neuroatípico jamais representa todos os neuroatípicos do mundo", afirma.

Highmore diz se sentir honrado com o papel de Shaun. "Personagens como ele são importantes, e também conversam com outros que eu fiz. Ele foge de estereótipos como, por exemplo, o da masculinidade", explica.

Highmore interpretou previamente os personagens Norman Bates, na série televisiva Bates Motel (2013), Charlie Bucket, em A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005), e Peter Llewelyn, no filme Em Busca da Terra do Nunca (2004).

O ator afirma esperar que The Good Doctor seja um ponto de partida para mais discussões sobre o autismo. "É um programa que faz o público ir mais fundo na condição, ajuda a entender as pessoas", afirma. "Mas, de certa forma, ele fala sobre todo mundo que já se sentiu diferente de alguma forma e tem a chance de se provar. É uma série sobre o potencial humano".

A primeira temporada da série chega, agora, ao canal Sony Channel. Com estreia na próxima segunda-feira, 2, às 21 horas, a produção será exibida semanalmente.

Recepção

The Good Doctor bate números significativos de audiência. Em maio deste ano, o International TV Audience Awards elegeu a série como o drama mais assistido da TV em todo o mundo. Em 2017, quando estreou no exterior seu terceiro episódio, The Good Doctor já havia atingido 18.2 milhões de espectadores só nos Estados Unidos.

Criada por David Shore, que assina a série House,The Good Doctor se soma a um numeroso grupo de séries médicas, como Grey's Anatomy e Sob Pressão.

Estadão
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