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'O Clone': Gloria Perez, autora da trama, fala sobre a volta da novela

A produção será exibida a partir de 4 de outubro em 'Vale a Pena Ver de Novo'

21 set 2021 - 19h26
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O sucesso da Rede Globo O Clone estará de volta no Vale a Pena Ver de Novo a partir de 4 de outubro. A autora Gloria Perez comemorou a reexibição da novela depois de 20 anos da sua gravação.

O tema aborda clonagem humana e cultura árabe tendo como fio condutor o amor proibido entre a muçulmana Jade (Giovanna Antonelli) e o brasileiro Lucas (Murilo Benício).

"Sinto muita alegria em revisitar esse universo. E acho que esse é um dos motivos que levam o público a gostar tanto de rever novelas. Durante um tempo das nossas vidas convivemos com os dramas daqueles personagens, eles se tornam íntimos de nós. Revê-los é revisitar também um tempo do nosso passado. O Clone foi um trabalho maravilhoso de fazer, era uma equipe tão unida, tão apaixonada… Isso transparece na tela", conta a autora Gloria Perez.

A autora lembrou do processo que viveu para escrever a trama, quando ficou 20 dias no Egito e 20 no Marrocos. "Fiz amizade com o guia que nos acompanhou na viagem e convivi com a família e os amigos dele, de modo a poder observar os costumes, a forma como viam a si próprios e como nos viam também. Por outro lado, estive em diálogo constante com o sheik Jihad, que me presenteou com um Alcorão. Li o Alcorão e dali tirei os ensinamentos do progressista tio Ali (Stênio Garcia) e do fundamentalista tio Abdul (Sebastião Vasconcellos). Tivemos sempre o maior cuidado para não ferir suscetibilidades religiosas".

Sobre a polêmica clonagem humana, a autora afirmou que se baseou na ovelha Dolly, clonada anos antes. "Quis falar dos conflitos de identidade. Como se sentiria uma pessoa feita em laboratório como cópia de outra? Quis falar dos limites éticos da ciência, e para isso resgatei duas personagens icônicas de 'Barriga de Aluguel': o humanista Dr. Molina (Mário Lago) e a transgressora Miss Brown (Beatriz Segall). Para se contrapor a esse ocidente que desafiava Deus criando a vida, fui buscar uma sociedade inteiramente submetida a Deus: os muçulmanos. Por isso eles entraram na trama", revela.

A história também traz uma campanha antidrogas desenvolvida por conta dos personagens Mel (Débora Falabella), Nando (Thiago Fragoso) e Lobato (Osmar Prado). Abordando a dependência química, a novela trouxe depoimentos de dependentes, internados ou não, e de seus familiares, contando sua experiência. "Era o recado duro e sofrido de quem vivia o problema. E foi imensa a escuta. A campanha recebeu prêmio da Sociedade de Medicina e repercutiu até no exterior: nos Estados Unidos ganhamos prêmios do FBI e do DEA", lembra Perez.

Não só de drama é feita a trama, que traz muito humor, especialmente no bar de Dona Jura (Solange Couto), ponto de encontro dos moradores do bairro de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, e espaço para participações especiais de celebridades como o Pelé. "Dona Jura é a cara da mulher brasileira que toca a vida sozinha", afirma Gloria.

Os bordões divertiram o público, como o "Né brinquedo não!", de Dona Jura, e "Cada mergulho é um flash", de Dona Odete, vivida pela saudosa Mara Manzan. "Os bordões nascem da escuta. De andar na rua, de frequentar ambientes populares, como a gafieira, por exemplo", diz a escritora.

Gloria acredita que O Clone tem a mesma relevância de 20 anos atrás. "Acredito que quando você consegue tocar o humano, as histórias se tornam atemporais. Podem ser compreendidas em qualquer época e por culturas muito diferentes".

Relembre os personagens de O Clone.

Estadão
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