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'Amor Eterno Amor' trabalha entre o lúdico e o brega

16 mar 2012 - 14h25
(atualizado às 15h25)
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CAROLINE BORGES

Elizabeth Jhin parece decidida a apostar na mesma fórmula de sucesso de sua última novela, Escritos na Estrelas. Ela também segue a linha esotérica e lúdica em seu novo folhetim Amor Eterno Amor. Desde as primeiras cenas, a narração deixa clara a temática que será abordada ao longo de toda a trama, confirmando a marca espírita da autora. A narração suave e onisciente de Lexor, personagem de Othon Bastos, dá um toque especial e místico à novela. Os diálogos dinâmicos e cortantes não deixam espaço para o sotaque ruralista da história. E a produção peca ao exagerar nos efeitos especiais. Lexor, o "espírito de luz", está sempre envolto por uma aura branca que não sugere transcendência, mas amadorismo técnico.

A vilania fica quase inteiramente a cargo de Cássia Kiss, que aproveita bem todos os traços de maldade e altivez da exagerada Melissa para se distanciar de vez da sofrida Dulce, de Morde & Assopra. Depois de colecionar prêmios e críticas positivas na novela de Walcyr Carrasco, a atriz parece pronta para, mais uma vez, roubar a cena. Coisa que já aconteceu também em Eterna Magia, quando encarnou outra vilã de Elizabeth Jhin, a maquiavélica Zilda. Mesmo ofuscada pelo figurino exagerado, a atriz consegue transpassar o ar gélido de sua personagem. A atriz não estará sozinha. Luis Melo e Carmo Dalla Vecchia também dão suporte à vilã e começam a mostrar seus traços de iniquidade com comentários venenosos sobre a busca incessante da personagem de Ana Lucia Torre, Verbena, por seu filho.

As cenas do capítulo de estreia foram marcadas pela atuação do garoto Caio Manhete. O menino, que dá vida ao personagem Carlos durante a infância, roubou as atenções nas sequências em que é explorado e maltratado pelo padrasto vivido por Osmar Prado. O novato ator foi responsável por um dos momentos de maior carga dramática da novela, ao encontrar a mãe morta após uma discussão com seu abominável padrasto.

Encabeçando o elenco, Gabriel Braga Nunes volta à TV com a missão de, quase oito meses após o fim de Insensato Coração, desvincular sua imagem do inescrupuloso Léo para o herói bronco e romântico Carlos. O ator foi o motivo de boa parte do sucesso da trama de Gilberto Braga, diante de um mocinho apagado vivido por Eriberto Leão. Agora, em Amor Eterno Amor, Gabriel já mostra versatilidade para encarar um domador de animais selvagens.

A novela é cercada de belas paisagens e cenários, mostrando toda a riqueza de pesquisa cenográfica e da produção de arte. A equipe aposta em uma fotografia grandiosa, com cenários paradisíacos do Norte brasileiro, transportando o telespectador para uma área remota do Brasil. Matas, grandes rios, céus azuis e belos campos marcam os tons das cenas rurais que emolduram as tomadas.

A peculiaridade dos búfalos marca boa parte das sequências ambientadas no Pará. Basta observar as cenas de Gabriel Braga Nunes montado sob um dos animais dentro da água. Além disso, o movimento de câmeras inovador com planos abertos de baixo para cima dão outros olhares às paisagens. A acertada opção pela suntuosa fotografia regional se contrapõe à falta de cuidado e rebuscamento durante as sequências espíritas. Aliás, a escolha por locações deslumbrantes país afora é uma marca de Rogério Gomes, já vista em outros trabalhos como Paraíso e Araguaia.

Foto: TV Globo / Divulgação
Fonte: TV Press
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