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Minissérie 'A Casa das Sete Mulheres', exibida em 2003, ganhou tratamento de superprodução

A produção fez sucesso na Globo, com história épica e grande elenco encabeçado por protagonistas mulheres

20 set 2018 - 06h11
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Exibida em 2003, a minissérie A Casa das Sete Mulheres, da Globo, tinha ares de épico. E isso se dava pelo conjunto da obra. Pela assinatura do diretor Jayme Monjardim - e suas tomadas generosas das paisagens gaúchas. Pela trama dramática habilmente conduzida pelos autores Maria Adelaide Amaral e Walther Negrão, numa adaptação da obra de Letícia Wierzchowski ambientada no Sul do País, durante a Revolução Farroupilha, no século 19. E pelo grande elenco, encabeçado pelas sete protagonistas, Ana Joaquina (Bete Mendes), Maria (Nívea Maria), Manuela (Camila Morgado), Rosário (Mariana Ximenes), Mariana (Samara Felippo), Caetana (Eliane Giardini) e Perpétua (Daniela Escobar) - sem contar as outras figuras femininas relevantes da trama.

Assim, mais do que pelos heróis, esse momento da História do Brasil era contado, na telinha, pelas heroínas. Uma das personagens principais, a doce e forte Manuela (Camila Morgado) tinha duas funções importantes na narrativa: da ação e da narração. Enquanto os homens da família iam aos campos de batalha, as mulheres isoladas numa instância enfrentavam a solidão e as adversidades, relatadas por Manuela em seu diário.

Vinda do teatro, Camila Morgado foi aposta de Jayme Monjardim - que, não raro, dá papéis de destaque para novos talentos. A atriz tornou-se uma das revelações da minissérie. Sua interpretação dosava a fragilidade e a determinação exibidas pela personagem. Quem não torcia pelo romance de Manuela e do revolucionário italiano Giuseppe Garibaldi (em desempenho preciso de Thiago Lacerda)? Quem não ficou com o coração despedaçado ao ver a heroína deixada para trás após Garibaldi se apaixonar pela corajosa Anita (Giovanna Antonelli) durante a guerra?

No elenco, destacou-se também outro rosto até então desconhecido na TV, o ator gaúcho Werner Schünemann, no papel de Bento Gonçalves, líder dos farrapos e patriarca da família. Assim como Camila, Werner foi uma aposta acertada em outro personagem-chave da história. O sotaque local e o talento que já havia sido reconhecido no cinema caíram como uma luva em seu Bento Gonçalves. Depois do sucesso de A Casa das Sete Mulheres, Werner seguiu carreira na emissora, assim como Camila Morgado.

Com elenco irretocável e investimento digno de superprodução, à la E o Vento Levou, a minissérie entrou para a história da teledramaturgia brasileira.

Estadão
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