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Globo volta a ter poder decisivo no rumo político do País

Cobertura do escândalo JBS-Temer pode reabilitar (ou não) a imagem do jornalismo do canal.

19 mai 2017 - 18h30
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Políticos não temem o povo, só têm medo do noticiário negativo na TV. Esta frase foi dita por um figurão de Brasília ao veterano Lucas Mendes, da GloboNews.

Impossível contestá-lo. Uma matéria desfavorável em um telejornal de boa audiência pode realmente estabelecer a desgraça de alguém com grandes pretensões de poder.

William Bonner e Renata Vasconcellos: contundência do ‘JN’ contra Temer surpreende os anti-Globo.
William Bonner e Renata Vasconcellos: contundência do ‘JN’ contra Temer surpreende os anti-Globo.
Foto: Reprodução/Instagram/@jornalnacional / Sala de TV

Basta lembrar o polêmico episódio da eleição presidencial de 1989. A Globo reeditou as matérias a respeito do debate definitivo entre Lula e Collor a mando de Roberto Marinho. O ‘caçador de marajás’ foi beneficiado pela manipulação jornalística e venceu nas urnas.

Vivemos um momento igualmente tenso e determinante. A televisão tem papel fundamental no futuro do presidente Michel Temer e, consequentemente, do Brasil.

O telejornalismo tem como influenciar a opinião pública e suscitar uma pressão capaz de derrubar um presidente e alterar o destino de uma nação em crise múltipla – política, econômica, ética –, com 204 milhões de pessoas atordoadas.

Se antes o Brasil parava diante da TV para acompanhar ‘as cenas dos próximos capítulos’ de um bom folhetim, agora se mobiliza na expectativa da próxima matéria bombástica sobre a corrupção endêmica. Os telejornais se tornaram protagonistas nesta imprevisível novela da vida real.

A Globo, mais uma vez, está na linha de frente deste processo complexo. Desde a noite de quarta-feira (17), o ‘Jornal Nacional’ não poupa munição na ofensiva contra Temer. Ontem, mostrou força impressionante: registrou 34 pontos de média no Ibope.

Este índice representa quase 7 milhões de telespectadores apenas na região metropolitana de São Paulo – onde está o maior colégio eleitoral do País. Ou seja, dependendo do tom da abordagem, uma notícia destacada no ‘JN’ pode condenar ou absolver, instigar ou apaziguar, derrubar ou provocar ascensão.

Há quem esteja confuso com a Globo, chamada de ‘golpista’ por aqueles que a classificam como ‘de direita’ e ‘tucana’. Teria a emissora ‘virado a casaca’?

Por enquanto, não há como contestar a imparcialidade do jornalismo do canal ao ver a maneira correta e até enérgica com que William Bonner, Renata Vasconcellos e outros âncoras conduzem a cobertura do escândalo JBS-Temer e a derrocada do senador e presidente licenciado do PSDB, Aécio Neves, entre outros políticos da elite.

Acusada de perseguir Lula, Dilma, o PT e a esquerda em geral, a mais poderosa empresa de comunicação do País parece ter ganhado a chance de mostrar que, doa a quem doer, pretende fazer um telejornalismo comprometido exclusivamente com a verdade.

Uma verdade sem ideologia, sem partido, sem interesses não republicanos – em respeito ao telespectador-cidadão.

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