"Se comunicar pelas redes sociais é uma tendência universal"
Superintendente de Jornalismo da RedeTV! considera aceitável a comunicação oficial pelas plataformas digitais
O temor por eventual ataque à liberdade de imprensa durante a Presidência de Jair Bolsonaro pautou a campanha eleitoral e o período de transição.
O tema foi discutido em universidades, redações de veículos de comunicação e nas redes sociais.
Desde a posse, em 1º de janeiro, Bolsonaro conversou três vezes com jornalistas ao final de eventos dos quais participou.
O presidente não parece disposto a boicotar a imprensa tradicional, ainda que continue a criticar algumas empresas, como a Folha de S. Paulo e o Grupo Globo, do qual fazem parte a TV Globo e o jornal O Globo.
Franz Vacek, superintendente de Jornalismo e Esportes da RedeTV!, diz que, conflitos à parte, o telejornalismo deve ter a atuação de sempre.
“Continuar agindo de acordo com os princípios éticos da profissão, respeitando o contraditório, dando voz aos dois lados, isento, plural e crítico”, afirma.
O jornalista, que foi correspondente internacional e participou de um programa de observação e aprimoramento do telejornalismo no canal norte-americano CNN, não enxerga problema em Bolsonaro seguir o hábito do colega Donald Trump de preferir as redes sociais ao contato com repórteres.
“Se comunicar pelas redes sociais é uma tendência universal. Não foi criada pelo Bolsonaro. Acredito que as redes devem ser encaradas como ferramentas a mais de comunicação, obviamente que não as únicas”, argumenta.
Vacek analisa a tão comentada disseminação de notícias falsas na internet sob um aspecto positivo. “O fenômeno das chamadas ‘fake news’ promoveu uma corrida para a checagem das ‘true news’ (notícias verídicas). Neste sentido, o conteúdo de qualidade, de procedência, ganhou relevância como nunca”, explica.
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