Taís Araujo transforma o medo em arte e se entrega ao terror de Reencarne: 'Fazer terror é divertidíssimo'
Atriz Taís Araujo encara o desafio de viver uma delegada possuída em série de terror do Globoplay e revela como venceu seu pavor do gênero
Mesmo com uma carreira consolidada e papéis marcantes, Taís Araujo se surpreendeu ao aceitar protagonizar Reencarne, nova série do Globoplay. Na trama, ela interpreta Bárbara Lopes, uma delegada cética que se vê tomada por forças sobrenaturais. Em conversa com a revista Contigo!, a atriz fala sobre superar o medo, o desafio técnico das gravações e a curiosa reação ao descobrir que sua voz não seria alterada na edição. "Foi divertidíssimo", define.
É verdade que você morre de medo de filmes e séries de terror?
"Pavor! Sou medrosa, sou daquelas que vê tapando os olhos. Eu quero ver, mas tenho medo [risos]."
E deu medo gravar uma série de terror?
"Fazer terror não dá medo nenhum. Fazer terror é divertidíssimo. Sabe quando a gente brinca e dá susto nos outros, que é engraçado? É engraçado para quem dá, né? Para quem leva o susto é horroroso. Então, é a mesma sensação, a gente brinca e dá susto nos outros. Isso é muito legal. Parece que você vira um pouco criança. Só que é uma série superséria, supergrave. Mas, realmente, se não fosse tão leve de fazer, acho que eu, que sou medrosa, não conseguiria fazer, não seria bom para mim. Mas foi divertidíssimo."
Mas teve que enfrentar algum medo, trauma?
"Nada. A gente dizia que quando esse momento chegasse, de ter que dar entrevistas sobre a série, a gente ia ter que mentir para a imprensa, dizer que teve um momento que as luzes apagavam, que barulhos aconteciam [risos]. Não teve nada, nosso set era de paz, um set amoroso, divertidíssimo. A gente começou gravando em Goiás e normalmente quando a gente começa o trabalho viajando, viramos uma família. Foi ótimo."
O que te fez aceitar fazer Reencarne?
"Quando o José Luiz Villamarim [diretor de elenco da TV Globo] me chamou, eu falei: 'Zé, você está louco? Série de terror não...' Mas aí, quando li o roteiro, achei tão bom. Um roteiro maravilhoso, de série boa. Aí falei: 'Vou fazer esse negócio e sabe Deus como vai ser'."
E com tantos anos de carreira, acho que você nem imaginava mais fazer algo do gênero.
"Exatamente. Mais um motivo para aceitar fazer. Terror eu nunca tinha feito. Eu já fiz quase tudo nessa vida, mas terror não achei que iria fazer. Nem que eu seria convidada, tampouco que eu toparia fazer, sabe? Mas topei porque o roteiro era muito bom."
O que mais te chamou atenção na história da sua personagem, Bárbara Lopes?
"Ela é uma delegada que está à frente da investigação de uns assassinatos em série. Ela é uma mulher muito cética, só que ela é atravessada pelo sobrenatural e ela é obrigada a lidar com isso. Ela tem toda essa complexidade. E aí tem a filha dela no meio. Então, tem uma questão que é o trabalho dela, mas mexe com a filha, que também está sendo atravessada pelo sobrenatural. É uma personagem que, olha, coitada. Ela teve trabalho, viu? Nossa, a vida da Bárbara Lopes é dureza [risos]!"
Na série, sua personagem fica possuída, o olho fica branco, você usava lente. Como foi gravar esses momentos da Bárbara?
"Terror é um gênero muito técnico. É um gênero que você tem que ter muita fé cênica, acreditar muito naquilo ali, mas é muito técnico. Tudo conta a história. A trilha sonora conta a história, a iluminação, a maquiagem, os efeitos. Aquela coisa do olho branco foi bem divertido de fazer, mas era difícil, porque eu não via nada com essa lente. A gente gravava num estúdio que era no segundo andar e eu tinha que ser levada pelo braço, com alguém me guiando. Então tecnicamente era difícil, mas foi ótimo de fazer."
O diretor artístico de Reencarne, Bruno Safadi, contou que você tinha feito uma voz para a personagem acreditando que ele iria mexer na edição, mas que ele acabou deixando a voz original. Como foi isso?
"Quase matei o Bruno [risos]. Como ele ia mexer na voz na finalização, eu fiz uma voz mais fina, muito baseada na atriz que fazia a personagem que eu estava incorporando. E ela fazia uma coisa mais lânguida. Então fui pegando para compor essa parte características da outra atriz. Uma voz mais aguda que a minha, uma voz mais grave e tal, uma voz mais de peito. E aí fiz na esperança de que ele mudasse."
Como reagiu ao ver que ele não tinha alterado a voz na edição?
"Quando vi que ele não mudou, falei: 'Bruno, por que tu não mudou a voz?', e aí ele falou: 'Eu testei, mas achei melhor a voz que você fez do que uma voz alterada'. Eu confio no Bruno, né? Inclusive, um dos motivos para aceitar fazer a série depois do roteiro era o Bruno estar dirigindo. Ele é um cara que tem um senso estético muito apurado, eu gosto muito dele. Continuo confiando no Bruno."
Você acredita no sobrenatural?
"Eu acredito no sobrenatural. Acho que tem coisas que são muito inexplicáveis, para o bem e para o mal, sabe? É lógico que dou muito mais importância e jogo toda a minha energia para o bem e o mal finjo que não existe, para não dar entrada [risos], mas eu acredito, sim."
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