Sabrina Sato fala sobre se despir de si mesma em novo rograma: 'Me entreguei'
Sabrina Sato reflete os desafios de se transformar em diferentes personagens ao abordar vulnerabilidade, autoestima e a força das mulheres
Sabrina Sato estreia no GNT e no Globoplay o Sua Maravilhosa, programa no qual se transforma em cinco personagens irreconhecíveis para contar histórias reais e cheias de emoção. Ao lado de Theodoro, Gui Paiva e Eliana Fonseca, ela exalta a trajetória de mulheres inspiradoras. Em entrevista à Contigo!, ela contou detalhes sobre a nova fase.
O programa tem como objetivo exaltar mulheres fortes que merecem reconhecimento. Qual é a importância disso?
"A gente tem que dar holofote, luz, palco para essas mulheres que merecem. Devemos lembrá-las o tanto que elas são maravilhosas, incríveis e precisamos fazer isso com todas as mulheres que nos cercam todos os dias. Somos tão humilhadas no dia a dia [risos], que na verdade não é um momento que a gente passa, são vários que precisamos lembrar. Eu sempre estou duvidando de mim. Em vários momentos da minha vida profissional, pessoal, eu falo: 'Não vou dar conta, não vou conseguir. Estou errada, sou ruim, não sou boa nisso'. Estamos sempre fazendo isso, porque a vida nos faz fazer isso com a gente, o dia a dia faz, as humilhações cotidianas, os perrengues. Agora, se isso acontece comigo, se isso acontece com você, imagina com a maioria das mulheres. Às vezes, mulheres que se tornam invisíveis para a sociedade, mesmo desempenhando papéis muito importantes para elas, para os filhos, para todo mundo. Então são mulheres que se a gente não der uma sacudida e não falar: 'Olha o quanto você é incrível, o que você faz' elas esquecem, a gente esquece."
Em algum momento da vida você também sentiu essa necessidade de ser verdadeiramente vista e valorizada?
"Então, é claro que a gente passa por isso muitas vezes na vida, eu já passei por isso em vários momentos, que só de lembrar me dá vontade de chorar, me emociono. Um deles acho que foi quando eu virei mãe, porque eu achava que não ia dar conta, que não seria capaz. Eu achava que minha carreira tinha acabado, que depois que eu me tornei mãe as oportunidades iam sumir, diminuíram e isso também é um momento que toca muito a vida de uma mulher, de ela correr atrás, de ela saber dar a volta por cima. Mas acho que todo momento de virada para nós é muito difícil e são esses momentos de virada que também vamos tocar. Todas as maravilhosas que foram escolhidas são mulheres que têm temas universais, como síndrome do ninho vazio, síndrome da impostora ou então o momento de você fazer algo pela primeira vez, que te dá muito medo, que você fala que não vai ter coragem, mas vai lá e faz. Então são temas que mexem com todas nós. A questão da autoestima, dos relacionamentos, são várias questões que vamos abordar no Sou Maravilhosa, por meio dessas mulheres, dessas histórias e que vai mexer com todas nós assim. A gente vai rir muito, vai se emocionar mais ainda e vai se ver nessas mulheres."
Na atração, você teve que ser menos Sabrina e mais confidente. Foi difícil exercitar mais a escuta?
"Eu sempre gostei de ouvir, principalmente histórias. Mas sou uma ouvinte inquieta e tive que ser essa ouvinte às vezes mais quieta, mudar esse tom. Tudo isso foi bem difícil. A gente vai ter que assistir, porque eu também não sei se me entreguei ou não em alguns momentos que eu acabava me emocionando. Como era tudo muito real, eu lembro de às vezes ouvir no ponto assim: 'Não chora'. Porque se eu chorasse, poderia ir tudo por água abaixo. Eu iria entregar quem sou, me descaracterizar inteira, ia cair um nariz, uma bochecha [risos]. Foi tudo muito trabalhoso, porque só de montação demorava às vezes seis horas! Mas era bom porque isso me dava até uma baixa. Eu aprendi a segurar um pouco até da minha energia, controlar ela. Porque eu tenho essa personalidade esbaforida, quase como se fosse tudo a primeira vez, uma criança chegando esbaforida ao lugar. Então aprendi também muito com isso. E outra coisa que esse programa me deu, com as histórias e com tudo que eu vivi, foi que eu não tive medo de me aprofundar. Porque muitas vezes tenho esse medo de mostrar minha vulnerabilidade, de me entregar de uma outra forma. Então, às vezes, com o meu sorriso, eu também mascaro muitas coisas. E esse programa conseguiu tirar essas camadas que eu mesma fui colocando ao longo dos anos."
Você tem traços físicos marcantes, uma voz inconfundível. Como fez para se disfarçar?
"Nesses mais de 20 anos de carreira, esse foi um dos momentos mais desafiadores por que passei. Mas eu estava muito bem acompanhada dessas pessoas maravilhosas que fizeram o programa acontecer, como o Theodoro, Gui Paiva e a Eliana Fonseca, que foi minha preparadora. Ela me deu segurança para brincar. A gente foi usando artifícios, porque me descaracterizar já é um trabalho difícil, é a verruga na testa, os olhos puxados, o nariz de libanês, a boca gigante, a voz, o sotaque... Coloquei prótese de quadril, bunda, nariz, bochecha... Foi um trabalho de meses. Foi difícil, mas fui me entregando e me divertindo."
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