PUBLICIDADE

Rita Lee revela ataques de pânico e arrependimentos em última biografia

Na obra, a artista aborda seus últimos anos de vida, período que envolve a pandemia, seu diagnóstico de câncer de câncer e o tratamento

22 mai 2023 - 23h31
(atualizado em 23/5/2023 às 11h07)
Compartilhar
Exibir comentários
Foto: Instagram/Rita Lee / Pipoca Moderna

Falecida no dia 8 de maio, Rita Lee está de volta, ao menos nas livrarias, com o lançamento de "Rita Lee: Outra Biografia" nesta segunda-feira (22/5). Na obra, a artista aborda seus três últimos anos de vida - período que envolve a pandemia mundial de COVID-19, seu diagnóstico de câncer de pulmão e o tratamento. De forma leve e divertida, Rita conta como foi a sua luta contra a doença.

Entre outras revelações, Rita Lee conta que os efeitos colaterais da vacina contra a COVID-19, que tomou em 2021, a ajudaram a descobrir o câncer. "Foi uma sorte, disseram, eu ter tido reação à vacina, já que, do contrário, não teria ido ao hospital e nem descoberto o câncer rapidamente", relatou. Ao ir ao hospital para tratar os efeitos, exames identificaram uma "massa" no pulmão, que mais tarde confirmou ser um câncer maligno.

Rita também usou a publicação para lamentar seu vício em tabagismo, possivelmente relacionado ao câncer, revelando que chegava a fumar três maços de cigarro por dia. "A angústia existencial e as notícias me faziam consumir três maços e meio por dia, daí vinha a culpa por não estar me alimentando (…) 'Amanhã eu como', mentia para mim mesma. E assim virei uma caveira fumante, acendendo um cigarro depois do outro", escreveu a cantora. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo está associado a 85% dos casos diagnosticados de câncer no pulmão.

Ao longo do tratamento, as sensações desagradáveis da cantora aumentaram cada vez mais. Durante a sua primeira internação, ela teve sua primeira crise de pânico. "Bateu uma crise forte de pânico. Dizem que fiz uma cena digna de 'Um Estranho no Ninho' [One Flew Over The Cuckoo's Nest]. Minha cabeça pirava de cinco em cinco minutos porque era um entra e sai de médicos, enfermeiras, nutricionistas, fisioterapeutas, faxineiras… todos me fazendo perguntas às quais eu respondia, aflita, que só queria voltar para minha casa", explicou Rita.

"Em certo momento, estava com quatro enfermeiras em cima de mim, me segurando na cama para não sair feito louca pelo corredor ou me atirar pela janela. Me senti meio Linda Blair, a atriz mirim possuída de 'O Exorcista'", descreveu.

Para prevenir as crises, seus familiares encontraram um psiquiatra que trocou seus medicamentos por opções que não geravam dependência. "Minha família encontrou um psiquiatra que me pareceu sensível e não invasivo. Falava baixo, era bem jovem e não tinha nada contra a minha espiritualidade. Demorou um pouco para eu perceber que as crises, a ansiedade e a depressão deram lugar à calmaria", contou.

Rita Lee contou, ainda, que não fazia questão do tratamento. No entanto, isso não se devia apenas à sua "relação tranquila" com a morte, que, segundo ela, não deveria ser vista com "cara de enterro". Havia também um trauma vivenciado ao ver sua mãe sofrendo com um tratamento contra o câncer. Por isso, ela deixou sua família decidir se faria ou não.

Apesar dos desafios, a narrativa de Rita Lee carrega o carisma que a cantora sempre demonstrou durante a vida. Com bom humor e diversas referências a clássicos da cultura pop, como "O Exorcista" e "Carrie, a Estranha", a cantora falou sobre tudo o que viveu durante o tratamento.

Ao todo, Rita Lee lançou nove livros: três biográficos, cinco infantis e uma coletânea de contos.

Pipoca Moderna Pipoca Moderna
Compartilhar
Publicidade
Publicidade