Regina Volpato e a crueldade da velhice: um desabafo contra o etarismo na TV e na vida real
Regina Volpato quebra o silêncio sobre as pressões do envelhecimento e a dura realidade de ser mulher e veterana na sociedade atual
A apresentadora Regina Volpato, ícone da televisão brasileira e conhecida por sua franqueza e inteligência, provocou uma reflexão profunda ao fazer um "duro desabafo sobre a velhice" em uma entrevista na Globo. Sua declaração, chamando o envelhecimento de "crueldade", reverberou para além das telas, tocando em uma ferida aberta na sociedade: o etarismo. O desabafo de Volpato não é apenas uma queixa pessoal, mas um grito por atenção aos desafios enfrentados por mulheres e homens que envelhecem sob o olhar implacável de uma cultura que supervaloriza a juventude.
Regina Volpato, que sempre se mostrou transparente sobre sua vida e suas opiniões, trouxe à tona a pressão estética e profissional que acompanha a passagem do tempo, especialmente para figuras públicas. Em um meio onde a aparência e a vitalidade são frequentemente ligadas à empregabilidade e ao sucesso, o envelhecimento pode ser visto como uma sentença. A apresentadora expressou a frustração com as mudanças físicas e, possivelmente, com a percepção social que se modifica à medida que os anos avançam, lamentando a forma como a sociedade lida com o processo natural da vida.
O etarismo: uma "crueldade" velada (ou nem tanto) na sociedade
O etarismo, ou preconceito contra a idade, manifesta-se de diversas formas: desde a dificuldade de encontrar emprego após uma certa idade, a invisibilidade social, até a pressão para se submeter a procedimentos estéticos invasivos para "esconder" os sinais do tempo. Para as mulheres, essa pressão é historicamente amplificada, pois o valor social muitas vezes é atrelado à beleza e à juventude, enquanto o envelhecimento feminino é estigmatizado de maneira diferente do masculino.
O desabafo de Regina Volpato ganha ainda mais relevância por vir de uma pessoa com sua visibilidade. Ao usar o termo "crueldade", ela não se refere apenas ao processo biológico de envelhecer, mas à crueldade do julgamento social, da exclusão e da desvalorização que muitas pessoas maduras enfrentam. É um convite para que a sociedade reavalie seus próprios preconceitos e comece a ver o envelhecimento não como um fardo, mas como uma fase da vida rica em experiências, sabedoria e contribuições.
Como combater o etarismo e valorizar a maturidade:
- Mudar a Narrativa: Promover representações positivas do envelhecimento na mídia, mostrando pessoas maduras ativas, produtivas e felizes.
- Conscientização: Educar sobre o etarismo e seus impactos, mostrando como ele afeta a saúde mental, o bem-estar e as oportunidades de vida.
- Inclusão no Mercado de Trabalho: Incentivar empresas a adotar políticas de contratação e valorização da diversidade etária.
- Autocuidado e Autoaceitação: Encorajar pessoas a abraçarem sua idade, cuidarem-se de forma saudável e rejeitarem a pressão por uma juventude eterna.
O grito de Regina Volpato é um eco de muitos que se sentem silenciados pela pressão do envelhecimento. A voz da apresentadora, potente e autêntica, nos lembra que é preciso desafiar os padrões, combater o etarismo e construir uma sociedade onde todas as fases da vida sejam valorizadas e respeitadas, sem crueldade.