Produção de 'Vale Tudo' é massacrada por escalação de ator 'inadequado'; entenda
Escalação do ator Guilherme Magon para viver Leonardo Roitman no remake de 'Vale Tudo' é alvo de críticas; confira!
O remake de Vale Tudo estreou sob grande expectativa, mas rapidamente passou a ser alvo de críticas. A mais recente gira em torno da escolha de elenco. A escalação do ator Guilherme Magon para viver Leonardo Roitman, um personagem cadeirante, tem sido amplamente criticada por ativistas e artistas da comunidade PCD. O motivo? Magon, que não tem deficiência, dá vida a um papel que muitos acreditam exigir representatividade.
Na nova versão da trama, Leonardo é apresentado como o filho "secreto" de Odete Roitman (vivida por Débora Bloch). O personagem, que sofreu um acidente na juventude, sobreviveu com sequelas motoras e vive recluso sob os cuidados da governanta Nice (Teca Pereira). No entanto, a decisão de escalar um ator sem deficiência para o papel trouxe à tona acusações de cripface, prática considerada capacitista por tirar espaço de profissionais PCDs no audiovisual.
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O termo "cripface", originado de movimentos de direitos civis nos Estados Unidos, combina as palavras crippled e face, em alusão direta ao blackface. Assim como este último, em que atores brancos se maquiavam para interpretar de forma caricata pessoas pretas, o cripface é visto como uma forma de exclusão que reforça estereótipos e apaga vivências autênticas.
A controvérsia ganhou visibilidade após a manifestação pública do cineasta Daniel Gonçalves, que é uma pessoa com deficiência. Em seu perfil no Instagram, Gonçalves, conhecido por dirigir os documentários Meu Nome é Daniel (2018) e Assexybilidade (2023), além de codirigir o especial Falas de Acesso, da Globo, fez uma crítica direta à emissora: "É contraditório que um canal que se posiciona como defensor da diversidade escale um ator sem deficiência para um personagem cadeirante", escreveu, comparando o caso ao blackface como exemplo de exclusão estrutural.
