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U2 se posiciona sobre conflito em Gaza: "Entramos em território desconhecido"

Lendária banda irlandesa expressa indignação com a escalada da violência e condena ações do governo israelense

11 ago 2025 - 11h21
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U2 se posiciona sobre conflito em Gaza: “Entramos em território desconhecido”
U2 se posiciona sobre conflito em Gaza: “Entramos em território desconhecido”
Foto: The Music Journal

Em um raro e contundente posicionamento político, a banda irlandesa U2 se manifestou publicamente sobre o conflito entre Israel e Gaza, classificando a situação atual como "território desconhecido". A declaração foi divulgada no site oficial do grupo e em suas redes sociais, com cada integrante expressando individualmente suas reflexões sobre a crise humanitária que se intensificou nos últimos meses.

O comunicado coletivo do U2 começa com um tom de preocupação e solidariedade: "Todos nós estamos há muito tempo horrorizados com o que está acontecendo em Gaza — mas o bloqueio da ajuda humanitária e os planos de ocupação militar de Gaza City levaram o conflito a um nível sem precedentes. Não somos especialistas na política da região, mas queremos que nosso público saiba onde cada um de nós se posiciona."

O U2, formada por Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen Jr., também anunciou uma doação à organização Medical Aid for Palestinians, reforçando seu compromisso com ações concretas em prol das vítimas do conflito.

O vocalista Bono, conhecido por seu ativismo global, iniciou sua declaração reconhecendo os ataques de 7 de outubro realizados pelo Hamas, que resultaram na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de 251 indivíduos durante o festival Nova. Ele classificou os atos como "estupro, assassinato e sequestro — um mal absoluto".

No entanto, o vocalista do U2 também criticou duramente a resposta de Israel, que, segundo ele, tornou-se "cada vez mais desproporcional e indiferente às vidas inocentes em Gaza".

Segundo dados da ONU, mais de 61 mil palestinos foram mortos até o início de agosto, conforme informações do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas. A decisão do governo israelense de ocupar Gaza City foi aprovada recentemente, apesar dos alertas de autoridades internacionais sobre os riscos dessa ação.

Bono questionou a legitimidade moral da ofensiva israelense: "Quando uma guerra justa para defender um país se transforma em uma apropriação injusta de território? Eu esperava que Israel voltasse à razão". Ele também relembrou o histórico de opressão do povo palestino e traçou paralelos com a história da Irlanda, país que também enfrentou ocupações e conflitos. "Não é surpresa que tantos aqui tenham lutado por décadas pela justiça para os palestinos."

U2 e as mensagens de seus integrantes

O guitarrista The Edge direcionou sua fala diretamente ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, fazendo perguntas incisivas sobre as consequências morais da destruição em Gaza. "Você realmente acredita que tamanha devastação — infligida de forma tão intencional e implacável — não trará vergonha geracional aos responsáveis?"

Ele encerrou sua mensagem com um apelo à paz, lembrando que "ela não se conquista pela dominação, mas pelo reconhecimento da dignidade de todos, inclusive daqueles que antes foram temidos ou desprezados."

Adam Clayton, baixista da banda, alertou para os riscos de uma colonização da Faixa de Gaza, afirmando que isso destruiria qualquer possibilidade de paz duradoura. Ele também criticou a alegada precisão militar de Israel, questionando por que, então, há tantos ataques indiscriminados contra civis. "Preservar vidas civis é uma escolha nesta guerra", declarou.

Já o baterista Larry Mullen Jr. reconheceu que uma resposta militar era esperada após os ataques do Hamas, mas condenou a destruição indiscriminada de hospitais e residências, além da imposição de fome à população. "O poder de mudar essa obscenidade está nas mãos de Israel", afirmou. Mullen Jr. também defendeu o direito de existência tanto de Israel quanto de um Estado palestino, ressaltando que "o silêncio não serve a ninguém".

A postura do U2 é um exemplo de como artistas podem usar sua visibilidade para promover reflexões profundas sobre temas complexos. Embora reconheçam não serem especialistas na geopolítica do Oriente Médio, os integrantes da banda demonstram empatia, consciência histórica e coragem ao se posicionar diante de uma crise que afeta milhões de vidas.

Confira a postagem do U2:

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