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Teatro Mágico: compartilhamento de músicas na web não pode ser crime

15 mar 2012 - 16h54
(atualizado às 18h36)
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Os convidados do Terra Live Music desta quinta-feira (15) expuseram uma posição que tem se tornado cada vez mais relevante nos dias atuais. É que o Teatro Mágico é criador do movimento MPB - Música para Baixar -, que defende a troca de músicas entre usuários da web sem controle da lei, lutando, assim, para esta deixar de ser vista por autoridades como passível de punição.

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"Esse movimento nada mais é do que uma explanação do que é fazer música hoje, de forma independente", explicou o vocalista Fernando Anitelli, de 37 anos. "Você pega o cara que é mais fã, que vai ao show, que fica na primeira fila e depois ainda compra o CD e o compartilha com as pessoas na rede social. Isso é crime? O público é divulgador, não é pirata!".

A posição dos integrantes da trupe, como gosta de ser chamada a banda que chega a ter 15 integrantes dependendo do evento - misturando música, poesia e circo -, é bem distante da defendida pela maioria dos artistas. Mas há argumentos fortes para assumi-la, já que essa tem sido uma realidade em toda a história da indústria fonográfica. "Esse lance de compartilhar músicas sempre foi muito comum. Antes, a gente trocava fitas cassetes, gravava para os amigos. Agora, trocamos arquivos digitais".

A firmeza de tal posicionamento é tão forte que o MPB tem conquistado apoio de importantes nomes da música nacional, como o ex-ministro da Cultura Gilberto Gil, o cantor Tom Zé e o multiinstrumentista Hermeto Pascoal. "Temos a necessidade de tornar acessível a produção cultural no País. Tanto a rádio quanto a TV são restritas, então não se pode impedir que o músico sem acesso a esses meios possa mostrar seu trabalho às pessoas".

Música, teatro, circo, poesia

Não é fácil definir o que exatamente é o Teatro Mágico. Fundado em Osasco no ano de 2003, ele é uma grande mistura de música, teatro, poesia e circo - por isso a preferência pelo termo trupe e não banda. Com parte de seus integrantes com os rostos pintados, ela foi criada inspirada nos saraus frequentados por Anitelli na adolescência e início da vida adulta.

"Vendo aquele pessoal todo fazendo de tudo, eu pensei, 'por que não amplificar isso, levar tudo o que acontece aqui para o mesmo palco?'", recordou, afirmando ter sido bastante difícil o início do projeto. "Tocávamos dez músicas em três horas de show e o número de pessoas no palco chegava a superar o da plateia. Eu fazia mímica, falava para caramba. Mas de lá para cá fomos nos organizando, conseguindo amadurecer o trabalho".

O complicado começo foi confirmado pelo violinista Luiz Galldino, único integrante remanescente da formação original do grupo. "Eu via que, se aquele caos se organizasse, o projeto ia se tornar algo bacana", explicou o instrumentista da trupe, que hoje atrai para seus shows tribos variadas, formadas por públicos de todas as idades.

"Mas não temos fãs", garantiu Anitelli. "Temos gente que acompanha nossa carreira. Temos parceiros. O pessoal entendeu a ideia da proposta, o negócio de misturar banda, teatro, poesia. Em nossos shows, o próprio público nos ajuda, soltando bolhas de sabão, fazendo malabares no meio da pista. É uma grande parceria".

Fim?

No início da carreira, O Teatro Mágico tinha a ideia de que o projeto fosse uma trilogia de discos. Isso gerou preocupação em um admirador da trupe, que questionou por email ao Terra Live Music se isso acarretaria no fim da carreira do grupo, já que seu terceiro disco, A Sociedade do Espetáculo, foi lançado em 2011. Anitelli, no entanto, rechaçou tal possibilidade.

"Eu tenho 37 anos, cresci com De Volta Para o Futuro. Então minha geração tem tudo a ver com trilogias", explicou. "A trilogia é ótima, sempre quisemos fazer isso, e ela celebra o fim de uma fase. Mas eu sou que nem o George Lucas: depois de uma trilogia vem outra, e outra. A ideia é nunca parar", concluiu.

Além, porém aqui, por O Teatro Mágico:
Fonte: Terra
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