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'Precisamos restabelecer o jazz sem os adornos do capitalismo', diz cantora sul-africana Gabi Motuba

De passagem pelo Brasil, artista de 33 anos faz um jazz contemporâneo e particular ao misturá-lo com música clássica e ancestralidade africana

29 out 2025 - 18h12
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Atração do Sesc Jazz 2025, nesta quinta-feira, 30, a cantora e educadora sul-africana Gabi Motuba escreveu a palavra jazz com letra maiúscula em todas as vezes em que citou o gênero nas respostas que enviou para esta entrevista feita por e-mail ao Estadão. Aos 33 anos, nascida em Mamelodi, Pretória, com dois álbuns lançados, Motuba faz um jazz contemporâneo e particular ao misturá-lo com música clássica e ancestralidade africana.

O orgulho que a faz escrever 'Jazz' vem do fato de ela acreditar que, mais do que música, ele pode apontar caminhos para o mundo. Na apresentação, já com ingressos esgotados, Motuba vai mostrar o álbum The Sabbath, lançado em 2024. A cantora dedicou o trabalho a seu pai, que havia morrido. Queria, ela diz, por meio de canções que falam de afeto e cura, que outras pessoas pudessem encontrar nas canções que escreveu resoluções e significados sobre a vida.

"O jazz é uma invenção do povo", diz, ao ser questionada sobre certo elitismo que o gênero assumiu no Brasil, País no qual ela se apresenta pela primeira vez - além de São Paulo, ela cantou em Porto Alegre. Isso inclui ainda, segundo Motuba, despir o jazz do capitalismo e usá-lo para desenvolver o homem.

As músicas falam sobre cura e afeto. Por que você decidiu compartilhar suas dores com os ouvintes?

Como eu disse na resposta anterior, acredito que este seja o trabalho de um compositor. Como as famosas palavras de Nina Simone: "O trabalho de um artista é espelhar a sociedade". É meu dever criativo sonoro encontrar os sons das experiências que mais nos impactam e identificá-los claramente e tentar expressá-los e articulá-los para que as pessoas encontrem resolução, significado ou cura neles. Como músicos sul-africanos, também estamos de luto pela perda do nosso anterior Ministro das Artes e Cultura, Nathi Mthethwa. Este é um momento difícil para nós e gostaríamos de reconhecer essa perda e dedicar este momento no Brasil para honrar sua memória.

Sua voz tem algo espiritual. De onde isso vem?

Não tenho certeza, mas acredito que seja um som que me foi presenteado por Deus e meus ancestrais. É um som com o qual mais ressoo e estou sempre animada para compartilhá-lo.

Quão importante é para jovens como você se interessar e trabalhar com jazz?

É realmente importante. O jazz é o gênero mais 'livre' de todos e pode realmente ajudar os jovens a estabelecer novos caminhos, novas culturas, novos sons, novos gêneros, etc.

Você já declarou que cria arte para mudar o futuro. Você acredita que a música também tem uma função social?

Sim. A música faz parte do nosso dia a dia e nos afeta tanto quanto tudo mais. Não acredito que apenas por meio da música o mundo possa mudar, mas acredito que a música faz parte das ferramentas que podemos usar para espelhar o mundo e aprender com seus princípios fundamentais profundos e, ao fazer isso, quando o momento surgir para criarmos algo novo, teríamos sido claros sobre o que é 'algo antigo'.

Gabi Motuba no Sesc Jazz

  • 30/20, 20h
  • Sesc Pompeia. R. Clélia, 93, Pompeia
Estadão
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