Por que Arlindo Cruz saiu do Fundo de Quintal?
Sambista morreu aos 66 anos nesta sexta-feira, 8; relembre a década de parceria entre cantor e grupo
Arlindo Cruz, sambista de 66 anos, faleceu nesta sexta-feira, 8, marcando uma trajetória de sucesso no Fundo de Quintal, como compositor de sambas de enredo e em parcerias com grandes nomes do samba brasileiro.
O mundo do samba se despede nesta sexta-feira, 8, de Arlindo Cruz, 66 anos, que estava internado no Rio de Janeiro desde março para o tratamento de uma bactéria resistente, em decorrência de uma pneumonia. Compositor reconhecido desde o início da década de 1980, o sambista foi alçado ao sucesso nacional quando passou a integrar o grupo Fundo de Quintal, substituindo a Jorge Aragão.
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Com Arlindo Cruz, o Fundo de Quintal lançou 10 LPs, integrando composições icônicas como Só Pra Contrariar e Castelo de Cera. A parceria terminou em 1993, quando o sambista passou a se dedicar à carreira solo.
Em paralelo, Arlindo Cruz também integrava a Ala de Compositores do Império Serrano, agremiação com a qual venceu disputas de samba-enredo dos carnavais de 1989, 1995 e 1996
No primeiro ano da carreira solo, Arlindo Cruz lançou o álbum Arlindinho, em homenagem ao filho. Pouco depois, formou parceria bem-sucedida com Sombrinha, pouco depois deste também deixar o Fundo de Quintal.
Entre os frutos da dupla, surgiram os sucessos Da Música, O Samba É a Nossa Cara e Pra Ser Feliz.
Com Zeca Pagodinho, fez outros tantos clássicos do samba e do pagode, entre eles, Bagaço da Laranja, Dor de Amor e Camarão que Dorme a Onda Leva, este último com a participação de Beto Sem Braço.
As músicas de Arlindo foram gravadas por nomes como Beth Carvalho, Alcione, Elza Soares, Maíra Freitas, Almir Guineto, Diogo Nogueira, entre outros intérpretes.
Em 2007, a cantora Maria Rita incluiu seis canções de Arlindo Cruz no álbum Samba Meu, o primeiro que ela dedicou inteiramente ao samba. Três delas se tornaram grandes sucessos, Tá Perdoado, Num Corpo Só e O Que é o Amor?. Maria Rita ainda gravou de Arlindo músicas como É Corpo, É Alma, É Religião e Saudade Louca.
Arlindo também ganhou destaque como compositor de sambas de enredo. Compôs para escolas como Império Serrano, Vila Isabel e Grande Rio.
Discos de Arlindo Cruz
Ao longo da carreira, o sambista gravou discos com regularidade. Em 2009, lançou dois volumes do MTV Ao Vivo. Recebeu cinco indicações ao Grammy Latino.
Seu último álbum foi gravado ao lado do filho, Arlindinho, que seguiu a carreira do pai. Em 2017, pouco antes de Arlindo sofrer o AVC, eles lançaram juntos o álbum Dois Arlindos, no qual interpretaram músicas como Bom Aprendiz, Nega Samambaia e Pais e Filhos.



