"Nunca houve esforço para mudar", diz Zac Hanson
- Rafael Machtura
Nos anos 90, os jovens cabeludos e loirinhos do Hanson deixavam meninas histéricas por onde passavam, principalmente depois do sucesso alcançado com o hit pegajoso MMMBop. Quase duas décadas depois, Zac, o mais novo dos irmãos, conta que a proposta continua a mesma: conquistar o público com suas canções pop. "Nunca houve esforço para mudar. Eu acho que estamos bem em perseguir aquele som do final dos anos 50 que sempre nos influenciou", disse o baterista ao Terra duas semanas antes da turnê Shout it Out chegar na América do Sul.
Depois de uma espera de seis anos, Zac, Taylor e Issac voltam ao Brasil para shows em Porto Alegre, no dia 4 de novembro, e em São Paulo, no dia 6. Depois, seguem para Argentina, Chile, México e Europa. Sobre a demora para voltar ao País, o caçula culpa a falta de tempo para atender todos os fãs: "nós somos sortudos de ter fãs em todo o mundo, mas é difícil estar em todos os lugares da Terra".
Ao longo do papo pelo telefone, Zac - hoje com 26 anos e dois filhos - ainda comentou sobre paternidade, a tentativa de levar a família para turnê e a paródia de Os Irmãos Cara de Pau no clipe Thinking 'Bout Somethin'. "Nós crescemos amando esse filme, então quando ele completou 30 anos junto com o lançamento do nosso disco, nós pensamos que era o momento certo para fazer algo", explicou.
Confira a entrevista completa:
Terra - Por que vocês demoraram tanto tempo para voltar ao Brasil?
Zac - (risadas) Não foi necessariamente nossa culpa por levar tanto tempo. Nós somos sortudos de ter fãs em todo o mundo, mas é difícil estar em todos os lugares da Terra. Nós estamos tentando nos focar para ir a todos os cantos do mundo, como no Brasil, que já faz um tempinho que não aparecemos.
Terra - E qual é a expectativa para esse show de volta?
Zac - Minha expectativa é apenas em entregar um show incrível para essas pessoas que esperaram tanto tempo para nos ver. Que que eles sintam que valeu a pena esperar para ir ao show.
Terra - E você lembra dos outros shows que fizeram aqui?
Zac - Eu me lembro da primeira vez que fomos. Os fãs estavam eufóricos, super excitados. Foi incrível!
Terra - E o que vocês planejaram para o set list? Vão focar nos antigos hits ou nas novas músicas?
Zac - Vai ter um pouco de tudo. Lógico que terá músicas do novo álbum, que leva o nome da turnê, e músicas de todos nossos discos. Nós sentimos que, já que não nos apresentamos aí há algum tempo, temos que tocar uma variedade de músicas para aqueles fãs que não nos acompanharam ou não ouviram os últimos álbuns. Mas com certeza iremos tocar aquilo que eles conhecem.
Terra - Você acha que os fãs de Hanson cresceram junto com a banda?
Zac - Definitivamente, é uma coisa natural. Nós somos muito honrados por esses fãs que cresceram conosco. Quando eles ouviram a banda pela primeira vez tinham mais ou menos seus 12 anos. Agora eles estão com seus 25 ou 30. E fazer parte da vida dessas pessoas é muito bom, nós sempre queremos fazer coisas para esse fãs que seguem conosco por tanto tempo.
Terra - E você acha que vocês mudaram ao longo do tempo ou continuam a mesma banda pop?
Zac - Eu acho que nunca tentamos mudar a coisa toda. Nunca ouve um esforço para mudar. Eu tenho certeza que mudamos bastante, quer dizer, o tempo passa, mas nós sempre tivemos nossas referências. Eu acho que estamos bem em perseguir aquele som do final dos anos 50, começo dos 60, que nos influenciou - seja como compomos ou tocamos rock. Mas há algo que não podemos negar: as pessoas escutam nossas musicas diferentemente umas das outras. Para nós é muito da mesma coisa, mas eu sei que passamos por mudanças.
Terra - Nos Estados Unidos vocês têm a turnê chamada Musical Ride Tour, que tocam o disco escolhido pelos fãs na internet. Como surgiu a ideia?
Zac - Quando nós lançamos o último álbum, Shout It Out, nós marcamos cinco shows em Nova York, chamado 5of5. Em cada noite nós tocamos do começo ao fim cada disco da nossa carreira e na última apresentação, o novo trabalho. Quando nós fizemos isso nós achamos muito legal e também percebemos que nossos fãs - a maioria da plateia - foram em todos os shows, então a gente não tocou para muitas pessoas diferentes. Foi aí que criamos esse método no qual as pessoas podem votar em qual álbum para tocarmos naquela noite. Eu acho que é sempre um show especial porque nos desafia a estar sempre prontos para tocar todas as músicas. Mas fora dos Estados Unidos a gente não o faz por dois motivos: primeiro porque nós não saímos muito em turnê e queremos liberdade para tocar uma variedade de músicas de todos os álbuns. Segundo porque nós queremos também focar nos discos mais recentes.
Terra - Qual dos shows você tem mais curtido ultimamente?
Zac - Eu acho que tocar os discos inteiros. É algo novo que não fizemos muito, mas também não quero fazer isso para sempre.
Terra - E qual álbum é o mais escolhido?
Zac - Com certeza nosso segundo disco, MMMBop.
Terra - Agora vocês são todos pais. Como isso muda na maneira de fazer música?
Zac - (risadas) Isso muda sua vida toda. Nada é a mesma coisa, não importa o que seja. Mas acho que você fica mais racional, não escolhe tantas direções contrárias. Sobre fazer música, acho que faz você cair com mais sede nisso.
Terra - Vocês levam a família toda para as turnês?
Zac - Às vezes sim. Mas isso depende de cada turnê e o que está acontecendo - às vezes as crianças estão na escola ou às vezes eles não querem ir. Mas a gente sempre tenta passar algum final de semana em casa ou em algum lugar especial.
Terra - E como surgiu a ideia de fazer uma paródia do filme Os Irmãos Cara de Pau no clipe Thinking 'bout Somethin'?
Zac - Nós crescemos amando esse filme. Quando você pensa, ele é perfeito para os jovens com aquele humor, a boa música e até na maneira de não ser educado. Nós tentamos de alguma maneira fazer algo com o filme por anos. E quando o filme completou 30 anos junto com o lançamento do nosso disco, nós pensamos que era o momento certo para fazer algo.
Terra - E vocês chegaram a tocar com o que restou da banda?
Zac - Não a banda inteira, mas nós tivemos sorte de tocar com todos os membros dos metais. Foi incrível para nós, especialmente porque logo depois o trompetista Allan Rubin morreu. Então nós sentimos que foi uma coisa especial que nos conectou antes disso.
Terra - Depois da turnê na América do Sul e Europa quais são os planos para o próximo ano?
Zac - No próximo ano provavelmente haverá nossas músicas e um pouco mais de estrada. Quem sabe nós conseguirmos ir a lugares que não nos apresentamos faz um tempo.