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Morre Arlindo Cruz, compositor que redefiniu o samba, aos 66 anos; relembre trajetória

Sambista foi um dos criadores do Cacique de Ramos e compôs quase 700 músicas

8 ago 2025 - 15h32
(atualizado às 20h01)
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O cantor e compositor Arlindo Cruz morreu nesta sexta-feira, 8, aos 66 anos. Ele estava internado no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pelo assessor de Arlindinho, filho do músico, ao Estadão, e depois compartilhada nas redes sociais do artista.

Arlindo vivia com sequelas de um Acidente Vasculhar Cerebral (AVC) sofrido em 2017. Desde então, sua saúde tinha altos e baixos e internações.

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O quadro teve uma piora em julho de 2023, quando foi divulgado que o músico estava internado no Centro de Tratamento Intensivo da Casa de Saúde São José, no bairro Humaitá, no Rio de Janeiro, para tratar de uma pneumonia. Nesse mesmo ano, ele teve caxumba bacteriana e ficou quase um mês sob cuidados médicos em um hospital.

O encontro dos sambistas chamou a atenção da cantora Beth Carvalho (1946-2019), que passou não só a frequentar o Cacique, mas também a recolher composições para seu repertório. No disco De Pé no Chão, lançado em 1978, Beth levou a roda de samba do Cacique para dentro do estúdio para que eles reproduzissem o som que faziam no encontro.

Nos anos 1980, Arlindo fez parte do grupo Fundo de Quintal, um dos mais importantes do samba brasileiro, ao lado de Bira Presidente, Ubirany, Sereno, Jorge Aragão, Almir Guineto, Sombrinha e Neoci. Ficou no grupo até o início dos anos 1990, quando saiu em carreira solo.

Com Sombrinha, um de seus parceiros mais constantes, Arlindo compôs sucessos como Alto Lá, também com autoria de Zeca Pagodinho, e O Show Tem que Continuar, com a adesão de Luiz Carlos da Vila.

Com Zeca Pagodinho, fez outros tantos clássicos do samba e do pagode, entre eles, Bagaço da Laranja, Dor de Amor e Camarão que Dorme a Onda Leva, esse último com a participação de Beto Sem Braço. Com Acyr Marques, assinou Casal Sem Vergonha.

As músicas de Arlindo foram gravadas por nomes como Beth Carvalho, Alcione, Elza Soares, Maíra Freitas, Almir Guineto, Diogo Nogueira, entre outros intérpretes.

Em 2007, a cantora Maria Rita incluiu seis canções de Arlindo Cruz no álbum Samba Meu, o primeiro que dedicou inteiramente ao samba. Três delas se tornaram grandes sucessos, Tá Perdoado, Num Corpo Só e O Que é o Amor?. Maria Rita ainda gravou de Arlindo músicas como É Corpo, É Alma, É Religião e Saudade Louca.

Arlindo também ganhou destaque como compositor de sambas de enredo. Compôs para escolas como Império Serrano, Vila Isabel e Grande Rio.

Ao longo da carreira, o sambista gravou discos com regularidade. Em 2009, lançou dois volumes do MTV Ao Vivo. Recebeu cinco indicações ao Grammy Latino.

Seu último álbum foi gravado ao lado do filho, Arlindinho, que seguiu a carreira do pai. Em 2017, pouco antes de Arlindo sofrer o AVC, eles lançaram juntos o álbum Dois Arlindos, no qual interpretaram músicas como Bom Aprendiz, Nega Samambaia e Pais e Filhos.

Arlindo ficou muito popular também por conta da televisão, ao participar, entre os anos de 2011 e 2017, do programa Esquenta, da TV Globo, apresentado por Regina Casé.

Em 2022, em uma participação em no podcast Brito Podcast, Babi Cruz afirmou que Arlindo mantinha uma rotina bastante "desregrada". "A droga chegou muito cedo na vida do Arlindo, na escola. A droga não está só no samba, está nas melhores escolas", disse ela na entrevista.

Em junho de 2025, a biografia do cantor, O Sambista Perfeito - Arlindo Cruz (Editora Malê), foi lançada durante a Bienal do Livro do Rio de Janeiro. O livro foi escrito por Marcos Salles. Segundo levantamento realizado pelo autor, Arlindo escreveu mais de 700 músicas.

Na época do lançamento, Babi Cruz comemorou nas redes sociais. "Tive muito medo desse livro não ficar pronto com ele aqui pertinho e é muito emocionante entregar esse livro nesse momento que ele está se recuperando de mais um problema de saúde. Só Deus sabe o tamanho dessa importância".

Estadão
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